Falta de recursos
ameaça funcionamento das Universidades baianas
A política do
governo estadual tem provocado consequências drásticas para as Ueba,
que, com o orçamento estrangulado, ficam sem condições de atender ao
ensino, pesquisa e extensão. O Movimento Docente (MD) tem lutado
constantemente contra essa situação. Registre-se aqui, a greve de
2005, deflagrada por conta do caos que se instalou nas Ueba por
falta de recursos. Ano a ano, os problemas se repetem e se agravam.
Com a expansão das atividades acadêmicas, a demanda por verbas
também aumenta. À pão e água, é impossível garantir condições para
desenvolvê-las com a qualidade que a comunidade universitária e a
sociedade necessitam.
Este ano, as Ueba
vivenciam, mais uma vez, um momento crítico. O governo petista, em
suas propagandas, alardeia que dobrou os recursos nestes últimos
seis anos, entretanto, não esclarece no marketing falacioso que em
2006 eles já eram insuficientes e não os compara com o crescimento
efetivo das atividades (ensino de graduação e pós-graduação,
produção de conhecimento e extensão). Assim, tenta impor às
Universidades uma política de estagnação e de precarização das
condições de estudo e trabalho, prejudicando-as enormemente.
Exemplos das
consequências desastrosas não faltam. Semana passada, em assembleia,
os docentes da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb)
aprovaram uma ação civil pública contra o governo por conta do
atraso e contingenciamento no repasse de recursos, além do
encaminhamento de um documento aos deputados, secretarias de
governo, Conselho de Educação e Codes solicitando um posicionamento
sobre o orçamento e o problema dos terceirizados, que estão com os
salários atrasados. O problema se repete na Universidade Estadual
de Santa Cruz (Uesc), onde os terceirizados estão paralisados desde
o dia 13 deste mês.
Problemas tão
graves quanto esses desrespeitam os direitos dos docentes, que
sofrem, por exemplo, com a suspensão das promoções, progressões e
mudanças de regime de trabalho. A situação atinge centenas de
professores e a desculpa oficial é a falta de recursos. Desta forma,
não são autorizados concursos e seleções e o quadro docente está
muito aquém das reais necessidades. Além disso, a falta de verbas
também se reflete na falta de instalações físicas, de equipamentos,
de uma política de permanência que garanta a democratização da
Educação Superior, dentre outras questões.
Com o objetivo de
denunciar o descaso do governo, várias ações estão sendo
desenvolvidas pelo MD. Nesta segunda-feira (19), a Adufs reúne-se
com as pró-reitorias, departamentos e colegiados para um
levantamento das consequências da falta de recursos e identificação
dos problemas existentes em cada setor para a elaboração de um
dossiê. Além disso, o Fórum das ADs convocou uma reunião com o Fórum
das 12 (ADs, DCEs e Sintest), dia 21 de agosto, às 14h, e, com o
Fórum de Reitores, dia 22 de agosto, às 9h, para discutir a questão
orçamentária. Ambas ocorrerão na Uneb.
Desde 2010, o MD
defende a destinação de, no mínimo, 7% da Receita Líquida de
Impostos (RLI) para as Ueba, com revisão do valor a cada dois anos e
orçamento nunca inferior ao executado nos anos anteriores. Hoje,
esse índice fica em torno de apenas 5%.
Fonte: Adufs-BA - Seção Sindical
Andes-SN, 19/8/13.