XI Encontro do
Setor das IEES/IMES aponta estratégias de luta para 2014
Traçar uma
proposta de pauta de luta unificada de lutas para o próximo ano, a
partir dos problemas experimentados pelos docentes das Instituições
Estaduais e Municipais de Ensino Superior, foi o foco do XI Encontro
Nacional do Setor das IEES/IMES, que reuniu no último final de
semana, de 27 a 29 de setembro, representantes de 25 seções
sindicais do ANDES-SN e de duas entidades convidados, em Brasília
(DF).
Na sexta (27),
após a apresentação do Caderno 2, que expressa o proposta do
Sindicato Nacional para a Universidade Brasileira, feita pelo
coordenador do Grupo de Trabalho de Políticas Educacionais, João
Negrão, foi aberto espaço para informe dos participantes.
As falas
revelaram alguns pontos comuns nos embates vivenciados nos
diferentes locais de trabalho dos 38 participantes, como o
estrangulamento orçamentário que, entre outros problemas compromete
as condições de trabalho; assédio moral, falta de democracia e
autonomia nas IEES/IMES.
A noite da
sexta-feira foi reservada para a apresentação do resultado parcial
do Estudo sobre Financiamento das IEES/IMES, em desenvolvimento pela
subsede do Dieese no ANDES-SN, e para o debate sobre Financiamento e
Federalização.
Em sua
apresentação, Sérgio Lisboa, pesquisador do Dieese, abordou a
conjuntura econômica e a arrecadação dos entes federados, além dos
limites fiscais impostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal e as
despesas orçamentárias nas IEES/IMES. Ele ressaltou que os dados
apresentados são preliminares, e devem ser aprofundados num segundo
momento da pesquisa. O representante do Dieese destacou ainda a
dificuldade em conseguir levantar as informações, que não são
apresentadas de forma padronizada pelos governos municipais e
estaduais.
Os coordenadores
do Setor ressaltaram, após a apresentação do Dieese, que as seções
sindicais deverão, juntamente com a diretoria do Sindicato Nacional,
se empenhar na busca de informações sobre as execuções orçamentárias
das IEES/IMES, visto que já foram essas informações já foram
solicitadas a governos e reitorias, mas muitos ainda não
responderam.
“Essas
informações são importantes para que possamos fazer um melhor
diagnóstico das IEES/IMES, juntamente com outras informações tais
como a relação professor/aluno, técnicos-administrativos/aluno,
dentre outras”, pontuou Gean Santana, da coordenação do Setor.
O debate sobre
Financiamento e Federalização contou com a participação do professor
José Marcelino Pinto (USP) e Luisa Anabuki (Assessoria Jurídica do
ANDES-SN). Ficou evidenciado, na fala dos debatedores e nas
intervenções dos participantes do XI Encontro, que é necessário
aprofundar o debate sobre as fontes de financiamento e a discussão
sobre federalização tanto dos recursos quanto das próprias
IEES/IMES.
“Não podemos
desresponsabilizar os governadores e prefeitos da sustentação
orçamentária adequada às Instituições Estaduais e Municipais de
Ensino Superior e nem cair na falsa ilusão na escolha entre recursos
federais e/ou estaduais/municipais, visto que, a parte da riqueza
que o Estado arrecada, seja União, Estado ou Município, é fruto do
suor dos trabalhadores e, portanto, deve ser investido em direitos
sociais como educação, saúde e cultura”, ressaltou Santana.
No sábado, os
participantes se dedicaram aos relatos de experiências sobre
carreira docente e democracia e autonomia. Os espaços de debate
mostraram os avanços e desafios postos ao movimento docente. No
domingo, foi realizada a plenária final onde os temas discutidos e a
indicação para o plano de lutas feitas pelos grupos de trabalho do
sábado foram socializados.
Segundo a
coordenação do Setor das IEES/IMES, dentre as principais ações para
o próximo período destacam-se a intensificação de medidas para a
implementação da democracia dentro da IEES/IMES, a luta pela
ampliação do orçamento e sua transparência em sua utilização e um
aprofundamento das discussões sobre orçamento a partir das
informações levantadas das execuções orçamentárias e outras para
que, no próximo período, seja avaliada a possibilidade unificar a
luta em torno do Financiamento.
Fonte: ANDES-SN, 1/10/13.