Em protesto
contra o agronegócio, mulheres camponesas ocupam Ministério
Um grupo de
mulheres ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
(MST), ao Movimento Camponês Popular, à Via Campesina e ao Movimento
dos Atingidos por Barragens ocupa desde as 6h desta quinta-feira (7)
o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em Brasília.
Segundo Kelli
Mafort, integrante da coordenação nacional do MST, as camponesas
protestam contra o modelo de desenvolvimento pautado no agronegócio
e cobram do governo aceleração no processo de reforma agrária.
“Estamos em um
ato político de protesto para defender uma agricultura que garanta a
nossa soberania alimentar, com a produção de alimentos saudáveis,
livre de agrotóxicos e com preservação ambiental, e que contribua
para a autonomia das mulheres no campo”, disse, acrescentando que,
desde o início da ocupação, muitas camponesas relatam suas
experiências no campo e contam como o avanço do agronegócio no país
impacta as atividades que desempenham.
“O agronegócio
expulsa o trabalhador do campo e as mulheres são as primeiras a
sofrerem as consequências desse processo, não apenas pela exposição
a agrotóxicos e venenos, mas porque, sem trabalho, elas voltam para
casa e sua atividade e existência ficam invisíveis”, ressaltou.
Kelli Mafort
destacou que os movimentos pressionam o governo pelo assentamento de
150 mil famílias, sendo 90 mil ligadas ao MST. As camponesas também
reivindicam maior acesso ao crédito, à assistência técnica e a
políticas como o Programa de Aquisição de Alimentos e Programa
Nacional de Alimentação Escolar. As mulheres também querem a
intensificação da campanha de documentação rural.
A mobilização faz
parte da Jornada Nacional de Lutas das Mulheres Camponesas realizada
em vários estados. Em Brasília, cerca de 700 camponesas estão
acampadas ao lado do Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária (Incra) desde a última terça-feira (5). Há mais de 15 anos,
sempre no mês de março, as mulheres se unem em jornada para
reivindicar os direitos das trabalhadoras.
* Com edição do
ANDES-SN
Fonte: Agência Brasil, 7/3/13.