DIA DOS PROFESSORES EM LUTA
Seções Sindicais do ANDES-SN participam de ato dia 15/10 em defesa
da educação pública
No dia 15 de outubro, quando tradicionalmente comemora-se o dia do
(a) professor (a), a Regional Rio de Janeiro do ANDES-SN, por meio
de suas seções sindicais, se fará presente no ato em apoio aos
profissionais da educação em greve, que tem sido convocado pelo SEPE
– Sindicato Estadual dos Profissionais em Educação do Rio de
Janeiro. Todos estão convocados para a passeata, que sairá da
Candelária, com destino à Cinelândia, às 17h.
Companheiros da ADUR-RJ, ADUFF, ADUFRJ, ADUNIRIO, ASDUERJ e ADUENFF
marcaram ponto de encontro na Praça XV, às 16h.
A proposta de plano de carreira apresentada pelo prefeito Eduardo
Paes não contempla os anseios da categoria, e diante da
intensificação das mobilizações dos profissionais da educação, os
governantes optaram por utilizar seu aparato repressivo.
Em mais uma assembleia do SEPE no último dia 9, os servidores
municipais decidiram manter a greve no setor, que já dura 61 dias.
Os educadores reivindicam um novo plano de carreiras, já que o
prefeito se negou a dialogar. No dia 1/10, o prefeito Eduardo Paes
garantiu a aprovação do Plano de Carreiras na Câmara sob forte
repressão da Polícia aos manifestantes contrários ao projeto. A
pauta de reivindicações também exige o fim da lógica do professor
polivalente e da meritocracia, o que estimula a aprovação
automática.
Há estimativas de que a greve conta com aderência de 81% das escolas
da rede municipal. E embora o prefeito tenha anunciado o corte de
ponto, a paralisação está garantida até a próxima terça-feira,
quando deve ser feita nova reunião de professores e funcionários de
escolas. |
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No
caso dos professores estaduais, a situação é tão dramática quanto no
município. Em greve há quase 60 dias, a categoria sequer recebeu
propostas da Secretaria Estadual de Educação ou do governador do
estado, Sérgio Cabral. Algumas reuniões foram realizadas entre o
Sepe e representantes do governo, mas nenhum avanço foi empreendido.
Enquanto não acenava com negociações, Cabral criticou a ação da
categoria durante a votação do Plano de Cargos e Salários.
Professores da rede estadual, como forma de protesto, acamparam em
frente à Câmara, aguardando por um resquício de interesse por parte
do governador.
No dia seguinte à votação, quarta-feira (02/10), o governador Sérgio
Cabral ignorou a noite de conflitos e anunciou um programa de
incentivo à indústria do plástico do estado, no Palácio Guanabara. O
governador não comentou sobre a ação da Polícia Militar e abriu o
evento com a frase "O Rio de Janeiro está em festa".
Para Vera Nepomuceno, dirigente do SEPE, o governador não pode
continuar ignorando as reivindicações dos professores. “O Cabral tem
uma postura de como se não estivesse governando. Estamos em greve há
mais de 50 dias e o governo ainda não apareceu com negociação”,
afirma.
Durante toda a greve, a postura de ambos os governos foi de extremo
autoritarismo, e o retrato da educação não poderia ser diferente.
Com uma gestão educacional em que conteúdos simplistas são
despejados sobre os alunos e as singularidades e dificuldades de
cada um deles são ignoradas, as escolas públicas do Rio de Janeiro
são o verdadeiro reflexo do que aconteceu na fatídica terça-feira
(1/10). Só que no lugar dos cassetetes e dos sprays de pimenta,
estão os caderninhos pedagógicos da Prefeitura, as cadeiras
enferrujadas, os baixos salários, que agridem diariamente cada aluno
e professor do sistema. Apanham na greve, apanham todo dia.
*Com informações do SEPE, do ANDES-SN e do JB online
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