CSP-Conlutas
denuncia ao MPF ação truculenta contra operários de Belo Monte
Os operários do
canteiro de Belo Monte continuam com a paralisação iniciada na
última sexta-feira (5). De acordo com um operário, que não pode ser
identificado por questões de segurança, uma minoria voltou ao
trabalho. “Neste momento, o Sítio de Belo Monte, um dos maiores
canteiros, com mais de 4 mil trabalhadores, está parado. A Guarda
Nacional continua nos cercando. Ontem a noite cortaram nossa luz por
um tempo, nesse momento estamos sem comida. O clima é de muita
tensão, apreensão e o sentimento é de que estamos encurralados”,
disse.
O membro da
CSP-Conlutas Walter Santos encaminhou, nesta segunda-feira (8), uma
denuncia ao Ministério Público Federal (MPF) sobre a ação de
intimidação e de truculência que a Força Nacional de Segurança
empregou contra trabalhadores da Usina Hidrelétrica de Belo Monte.
De acordo com Santos, a ação ocorreu durante manifestação pacífica
realizada no sábado (6). Após a passeata, cerca de 450 trabalhadores
foram demitidos e a Força Nacional os obrigou a entregar o crachá.
Outra lista de demissão com mais 450 nomes também está sendo
preparada para os próximos dias. “É assim que o trabalhador é
demitido, de forma truculenta. As leis trabalhistas não são
respeitadas”, frisou.A greve questiona a atuação do Sindicato dos
Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada do Estado do Pará
– Sintrapav - filiado à Força Sindical que, de acordo com os
trabalhadores, é omisso e não apoia suas reivindicações. A
CSP-Conlutas e o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias
Madeireiras e da Construção Civil Leve de Altamira – Sinticma -
apoiam os operários a lutar pelos seus direitos.
Foram listados
mais de 35 itens de reivindicações, entregues ao departamento de
relações sindicais do Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM). As
principais são: 40% de adicional por confinamento, baixada de três
meses para todos, desfiliação geral do Sintrapav, fim do 5 por 1,
equiparação salarial, fim do desvio de função, entre outros.
* Com edição do
ANDES-SN, 10/4/13.
Fonte: CSP-Conlutas.