CPI das
Universidades pede indiciamento de seis pessoas no Rio
Relatório também
pede intervenção imediata do governo federal na UniverCidade e na
Universidade Gama Filho
De acordo com
reportagem publicada pela Agência Estado na última sexta-feira (19),
o relatório final da CPI da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro
(Alerj) que investiga denúncias contra universidades particulares do
estado sugeriu o indiciamento de seis pessoas, entre elas dois
executivos da Kroton Educacional, ao Ministério Público Federal
(MPF). São eles o diretor-presidente da companhia, Rodrigo Calvo
Galindo e o vice-presidente de Operações, Igor Xavier.
Segundo a Agência
Estado, a Kroton administrou, entre 2008 e 2011, a Sociedade
Unificada de Ensino Superior e Cultura (Suesc), investigada na CPI,
e que a companhia nega qualquer irregularidade. De acordo com a
reportagem, conforme informações da Alerj, o documento foi votado e
aprovado durante reunião realizada na quinta-feira (18) e seguirá
para votação no plenário da Casa, em data a ser definida.
A Agência Estado
afirma que além de Galindo e Xavier, os possíveis indiciados junto
ao MPF que constam do texto aprovado pela CPI são Candido Mendes e
Alexandre Kazé, da Universidade Candido Mendes (Ucam); Márcio André
Mendes Costa, que atuou como controlador do Grupo Galileo - que
administra as universidades Gama Filho e UniverCidade - entre 2010 e
2012; e Rui Muniz, da Universidade Santa Úrsula.
Segundo a
reportagem, o relatório da CPI indicou ainda 74 encaminhamentos que
deverão ser feitos a outros órgãos públicos, como os Ministérios da
Cultura, da Educação e do Trabalho, o Congresso Nacional e a própria
Alerj. Entre os encaminhamentos do documento, estão a intervenção
imediata do Governo Federal na UniverCidade e na Universidade Gama
Filho, a não participação de instituições com problemas trabalhistas
nos programas de bolsa públicos, a implementação de um tributo
específico para a criação de um fundo de pesquisa para o ensino à
distância e a proibição de sociedades anônimas serem mantenedoras de
universidades.
A Agência Estado
acrescenta que, segundo a Alerj, as principais denúncias contidas no
relatório são atrasos e falta de pagamentos aos funcionários, assim
como imposto sindical, INSS e FGTS; no ensino à distância, suspeita
de fraude e venda de diplomas e ausência de regulamentação por parte
da Câmara dos Deputados; grupos estrangeiros e sociedades anÿnimas
comandando as universidades privadas no Estado do Rio;
irregularidades em relatórios financeiros; sistemas de bolsas, como
o Financiamento Estudantil (Fies) e o Programa Universidade para
Todos (Prouni), conferidos a instituições com conceitos baixos pela
avaliação do Ministério da Educação; aumento abusivo da mensalidade
em 64 instituições; e convênios com prefeituras sem licitações
públicas.
Suesc
De acordo com a
matéria da Agência Estado, em comunicado ao mercado, a Kroton
afirmou que seu vice-presidente de Operações foi convidado a
comparecer à Alerj na condição de testemunha para prestar
esclarecimentos sobre a Suesc, instituição mantida pela companhia
naquele estado entre os anos de 2008 e 2011. "Durante sua presença
na Alerj, o Sr. Igor Xavier prestou esclarecimentos pertinentes à
Suesc, incluindo sua alienação a terceiros", afirma a Kroton. "Foram
prestados também esclarecimentos sobre a venda do imóvel que a
companhia possuía na cidade do Rio de Janeiro, onde a Suesc operava
suas atividades", acrescenta.
Ainda conforme o
comunicado, a Kroton "desconhece e repudia enfaticamente qualquer
fundamento ou dúvida, por menor que seja, que levem a
questionamentos sobre a lisura dos processos de venda da Suesc e do
imóvel, tendo em vista que todos os trâmites legais e regulatórios
necessários foram fielmente observados".
Segundo a
publicação da Agência Estado, a Kroton afirma ainda que "a companhia
aguardará a publicação do inteiro teor do relatório da Alerj, quando
tomará todas as medidas necessárias perante as autoridade técnicas
competentes, desprovidas cunho político, de modo a preservar sua
conduta, a de seus administradores e a lisura e transparência de
suas operações".
*Com edição do
ANDES-SN, 26/4/13.
Fonte: Agência Estado.