Carreira única e
condições de trabalho são centrais na luta das IFES
Delegados
deliberam também pelo fortalecimento da luta conjunta com as demais
categorias do serviço público
Um dos últimos
temas debatidos no 32º Congresso do ANDES-SN foi o plano de lutas
específico para o setor das Instituições Federais de Ensino (IFES).
O debate central girou em torno da reestruturação da carreira
docente, desmantelada pela Lei nº12.772/13 resultante de um
simulacro de acordo entre governo e Proifes após a greve de 2012, da
valorização salarial e por melhorias nas condições de trabalho.
Os delegados
aprovaram a intensificação da luta tendo como referência a pauta do
Setor e o projeto de carreira única do ANDES-SN aprovado pelo
movimento docente no 30º Congresso do Sindicato Nacional, realizado
em Uberlândia em 2011. Para tanto, decidiram aumentar a mobilização
e atualizar a estratégia para forçar o governo a estabelecer efetiva
negociação e as iniciativas políticas a partir do balanço da greve
de 2012 das Instituições Federais de Ensino (IFE). A pauta da
campanha 2013 deverá ser amplamente divulgada e protocolada nas
instâncias governamentais a partir de março.
Foram apontadas
ainda como táticas de ação buscar a interlocução com a ANDIFES,
CONIF, CONSCAP e CODETUF, bem como atuar no Congresso Nacional e
junto aos parlamentares nos Estados, com o objetivo de buscar apoio
à luta pela reestruturação da carreira única docente, proposta pelo
ANDES-SN.
Em relação à
estrutura física das IFES e necessidades de pessoal, os delegados do
Congresso foram unânimes em aprovar a resolução que prevê ampliar a
produção de dossiês que retratam as condições de trabalho que vivem
os docentes das universidades federais, com descrição de fatos,
mobilizações, fotos, vídeos, entre outros.
O Sindicato
Nacional e suas seções sindicais terão também como tarefa, entre
outros desafios, mobilizar a categoria para reverter os ataques que
têm sido perpetrados contra os Colégios de Aplicação e intensificar
a luta contra a discriminação entre os professores do magistério
superior e os da Educação Básica Técnica e Tecnológica (EBTT), em
direção a uma carreira única.
Luta conjunta
entre Servidores Púbicos Federais
Uma das mais
importantes resoluções trata da atuação contrária a qualquer
iniciativa de restrição ao direito de greve, a exemplo das postas em
prática pelo Governo Federal na paralisação de 2012, em que
tentativas de conter o movimento dos Servidores Públicos Federais
(SPF) renderam possíveis mudanças na legislação que atingem
diretamente os trabalhadores.
Entre os demais
pontos aprovados estão: o repúdio a qualquer reforma que retire
direitos dos trabalhadores; a paridade entre ativos, aposentados e
pensionistas; definição do 1º de maio como data-base para início das
negociações salariais dos SPF; e política salarial permanente com
reposição inflacionária.
Outra resolução
aponta a necessidade de fortalecer a Coordenação Nacional de
Entidades dos Servidores Federais (CNESF) como espaço organizativo
de luta dos servidores públicos, indicando que as seções sindicais
se articulem em âmbito local com as demais entidades da coordenação.
O Sindicato
Nacional proporá ainda que o CNESF implemente calendário e campanha
que consolidem a unidade política destas entidades, exigindo a
negociação coletiva no setor púbico a partir da coordenação,
colocando em prática as determinações da convenção 151 da
Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Fonte: ANDES-SN, 14/3/13.