Carnaval de Seropédica é
promovido pelo lixo, com conivência da Prefeitura do município
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Foto: Teresinha Sena Pacielo/ASCOM-UFRRJ |
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A CICLUS, que opera o aterro
sanitário de Seropédica, foi uma das patrocinadoras das festas de
Carnaval na cidade, ratificando a parceria do prefeito com o
empreendimento, como evidencia a fotografia do banner expostos em
vários postes do Km 49. (ACIMA).
Há muito, a instalação de um Centro
de Tratamento de Resíduos - CTR no município foi criticada por
professores da UFRRJ e especialistas ligados à EMBRAPA e ao CREA-RJ,
por identificarem claros indícios de que haveria mais um crime
ambiental no Estado do Rio de Janeiro, com a conivência das
Administrações Públicas, tanto do Governo Municipal do Rio de
Janeiro, de Seropédica e do Estado. Todas as análises críticas ao
empreendimento foram
devidamente
comprovadas e documentadas por laudos técnicos que evidenciavam a
gravidade desta iniciativa perversa para a população de Seropédica e
áreas vizinhas.
Na luta contra a implantação do
aterro sanitário em Seropédica, a ADUR-RJ e os movimentos
organizados denunciaram que a iniciativa ficaria próximo ao Aquífero
Piranema, reservatório natural de água potável
especialmente importante para as
populações do entorno e da região metropolitana do Rio de Janeiro,
sob risco concreto de contaminação pelo chorume. Conforme noticiado
pelo jornal O GLOBO em agosto de 2012 (http://oglobo.globo.com/rio/aterro-de-seropedica-multado-em-100-mil-por-chorume-nao-tratado-5973313),
o Instituto Estadual do Ambiente (INEA), órgão que concedeu as
licenças para a instalação do empreendimento, multou a CICLUS em R$
100 mil por não ter construído uma estação própria de tratamento de
chorume. O INEA somente se pronunciou após o jornal supracitado ter
denunciado que a empresa transportava o chorume para aEstação de
Tratamento de Esgoto (ETE) de Icaraí/ Niterói, quando cerca de dez
caminhões pipas percorriam cerca de 120 quilômetros diariamente.
Segundo o Blog do colunista
Gilson Monteiro em 17/2/13 (http://oglobo.globo.com/rio/bairros/gilson/),
o problema persiste: “O transporte de chorume do aterro sanitário de
Seropédica, na Baixada Fluminense, até a Estação de Tratamento de
Esgoto (ETE) de Icaraí continua incomodando moradores de Niterói por
onde imensas carretas circulam atravancando o trânsito, além de
preocupar ambientalistas e técnicos em saneamento com o perigo da
carga que transportam e com as condições que a empresa Águas de
Niterói teria para tratar o material orgânico”.
O INEA foi alertado, à época da
polêmica envolvendo a instalação do aterro sanitário no município,
dos problemas que surgiriam na região. Enviou, inclusive,
representantes para participar de audiências públicas na Assembleia
Legislativa do Estado do Rio de Janeiro – ALERJ, para discutir o
assunto.
Conivência da Prefeitura do
município com CICLUS preocupa Direção da ADUR-RJ
A população de Seropédica, a
comunidade ruralina e simpatizantes à causa criticaram a instalação
do aterro sanitário no município promovendo manifestações,
passeatas, atos públicos na cidade e também no Rio de Janeiro. As
críticas à empresa Ciclus e ao aterro foram sempre fundamentas em
laudos técnicos e em estudos realizados pelos especialistas na área.
A Direção da ADUR-RJ recebe com
surpresa o fato de a Prefeitura de Seropédica ter acolhido o
patrocínio da CICLUS, sobretudo porque Alcir Fernando Martinazzo,
atual prefeito da cidade, declarou inúmeras vezes ser contrário à
chegada do lixo do Rio de Janeiro no município que hoje administra.
O ATERRO EM SEROPÉDICA É RUIM
PORQUE...
... há risco de crime ambiental, ao ser
construído em cima do Aquífero Piranema
(reservatório natural de água potável).
... o solo da área é impróprio para tal
construção, por ser poroso e arenoso.
... o local é propício à inundação – o que
levaria à contaminação das
áreas circunvizinhas.
... fará divisa com o bairro de Chaperó –
que conta com cerca de 3
mil habitantes – ferindo a legislação que
determina pelo menos 1,5km de distância do
aterro sanitário da área de assentamentos
urbanos.
... impedirá a expansão e o desenvolvimento
da cidade.
... agride uma área rica em geodiversidade e
com potencial agrícola.
... o município receberá cerca de 20 mil
toneladas diárias de lixo doméstico,
industrial, hospitalar e da construção
civil.
... mais 2 mil caminhões transitarão todos
os dias pelas vias expressas,
atravancando ainda mais o trânsito,sobretudo
porque a área fica próxima ao Arco
Metropolitano e ao Porto de Itaguaí.
... o município terá uma nova (e triste)
referência: de cidade da UFRRJ à lixeira do
RJ. |
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