ANDES-SN chama
docentes para participar de Dia Nacional de Luta, na quinta (27)
Espaço de Unidade
de Ação, núcleo que articulou a grande marcha em Brasília no dia 24
de abril, convoca sindicatos, movimentos populares e organizações
estudantis a cobrarem suas reivindicações
Em reunião
realizada na última sexta-feira (21), as entidades que compõem o
Espaço de Unidade de Ação, entre as quais a CSP-Conlutas e o
ANDES-SN, decidiram convocar seus sindicatos, movimentos populares e
organizações estudantis a organizarem um Dia Nacional de Lutas pelas
reivindicações dos trabalhadores em todos o país. A data escolhida
foi quinta-feira (27).
A orientação é
fazer greves, paralisações e manifestações de rua, o que for mais
adequado à situação concreta de cada categoria, cidade ou região. “O
que é fundamental é que, por todo o país haja manifestações dos
trabalhadores cobrando o atendimento de suas reivindicações”,
destaca a nota divulgada.
Veja aqui.
A mobilização foi
deliberada após a análise de que, depois das vitórias conquistadas
através da mobilização da juventude em todo o país pela encabeçadas
pelo Movimento Passe Livre, a luta deve continuar. Na avaliação das
entidades, é necessário que as pautas da classe trabalhadora
continuem nas ruas. “Precisamos transformar esta vitória na primeira
de uma série de muitas outras. Só dessa forma poderemos transformar
para melhor o nosso país e a vida dos trabalhadores brasileiros”,
aponta o texto.
ANDES-SN convoca
docentes
Diante dessa
indicação, o ANDES-SN, participante ativo do Espaço de Unidade de
Ação e filiado à CSP-Conlutas divulgou nesta segunda-feira (24) uma
circular chamando os professores a participarem deste Dia Nacional
de Luta. “Orientamos as seções sindicais a convocarem assembleias
para discutir a participação dos docentes no dia 27 junho”, aponta o
Sindicato Nacional.
A convocação
enfatiza a orientação, já repassada às suas seções sindicais no
último dia 20, de que considerassem a necessidade de estabelecer
interfaces bem como formas de intervenção com esse movimento social
dinâmico, de acordo com orientações de nossas instâncias de base.
Leia aqui.
Histórico
O ano de 2013
iniciou com grandes mobilizações em várias capitais e, em abril, uma
marcha a Brasília demonstrou profundo descontentamento dos
trabalhadores e movimentos sociais.
Desde a primeira
semana deste mês de junho, manifestações inicialmente motivadas
pelos abusos no preço das passagens do transporte urbano acontecem
em todo o país: Goiânia (GO), Natal (RN), Rio de Janeiro (RJ) e São
Paulo (SP) foram algumas das cidades brasileiras que protagonizaram
o início deste ciclo de protestos. A reação da polícia, sobretudo
aos primeiros atos, foi tomada de muita repressão e truculência:
manifestantes foram presos; armas com balas de borracha, cassetetes,
sprays e bombas de efeito moral foram largamente utilizados, numa
tentativa clara de criminalizar os movimentos sociais de
reivindicação e de impedir o direito constitucional de organização.
Nas semanas
seguintes, o número de pessoas que passa a ocupar as ruas nessas e
em outras cidades aumenta significativamente – alguns chegaram a
contar com cerca de 100 mil (Recife, Vitória e São Paulo) e 300 mil
manifestantes (Rio de Janeiro), e instala-se uma onda de protestos
pelo Brasil, que vai além da questão do aumento das tarifas e da
pauta do transporte público de qualidade. Sintonizado a toada desta
conjuntura, em que várias manifestações populares eclodem por todo o
país, a diretoria do ANDES-SN envia uma circular às suas Seções
Sindicais, recomendando que intensifiquem as lutas por direitos
sociais que marcam toda a trajetória da entidade, buscando
aproximação com os setores da educação, fóruns dos servidores
públicos, movimento estudantil, CSP- Conlutas Estadual para
participar de forma unitária das manifestações e avaliando,
inclusive, a possibilidade de p aralisação conjunta de todos esses
setores nos dias convocados para os atos.
“Essa explosão
social vinha sendo gestada há tempos, culminando recentemente nos
movimentos organizados pelo “Passe Livre”, denotando profunda
repulsa às ações políticas corruptas, ao cinismo da classe política,
ao desrespeito dos governos em relação aos serviços públicos e à
arrogância da exploração dos setores dominantes e do capital”, cita
a circular expedida na última quinta pelo ANDES-SN. “Agora, por
ocasião da copa das confederações, um megaevento pré-Copa do Mundo
que vem consumindo bilhões além de favorecer a corrupção, o
movimento ecoa de forma política marcante embora alguns setores
busquem caracterizá-lo como sendo espontâneo e sem relação com as
organizações partidárias e sindicais”, pontua o Sindicato.
A posição do
ANDES-SN em relação às manifestações que ora ocorrem no Brasil
também está afinada com a Centralidade da Luta do Sindicato Nacional
e de suas Seções Sindicais aprovada para o ano de 2013. Definida no
32º Congresso da categoria, que aconteceu em maio deste ano no Rio
de Janeiro, a Centralidade da Luta do ANDES-SN para 2013 aponta para
a defesa do caráter público e gratuito da educação, condições de
trabalho, salários dignos e carreira para os docentes, ampliando a
organização da categoria no ANDES-SN e a unidade classista dos
trabalhadores.
Solidariedade e
repercussão internacional
Após os protestos
do dia 18 de junho, que foram marcados por mais violência da Polícia
Militar do que o habitual, inclusive, contra jornalistas (pelo menos
15 ficaram feridos), várias manifestações em solidariedade foram
realizadas pelo mundo. Aconteceram manifestações em Portugal
(Lisboa, Coimbra e Porto), Paris, Barcelona, Londres, Dublin, entre
outras cidades. Além disso, o movimento foi destaque em diversos
veículos de comunicação internacionais, que ressaltaram a
truculência da polícia brasileira e o “clima de insegurança”
presente na véspera de grandes eventos esportivos.
Vitórias da
mobilização
Com as
manifestações em todo o país, além de São Paulo e Rio de Janeiro,
pelo menos mais sete cidades anunciaram redução nas tarifas do
transporte público até julho: João Pessoa (PB), Recife (PE), Cuiabá
(MT), Porto Alegre (RS) Pelotas (RS), Montes Claros (MG) e Foz do
Iguaçu (PR). As reduções vão de R$ 0,05 a R$ 0,20 no valor das
tarifas.
Em nota publicada
nesta quinta-feira (20), o Movimento Passe Livre (MPL) de São Paulo
comemora a revogação do aumento da tarifa na capital paulista e
atribui a vitória à mobilização e organização do povo. “A cidade não
esquecerá o que viveu nas últimas semanas. Aprendemos que só a luta
dos de baixo pode derrotar os interesses impostos de cima. A
intransigência dos governantes teve de ceder às ruas tomadas, às
barricadas e à revolta da população. Não foi o Movimento Passe
Livre, nem nenhuma outra organização, que barrou o aumento. Foi o
povo”, afirma o MPL em nota.
Mesmo com essa
vitória, o movimento reage ao discurso dos governantes e não aceita
que a redução do valor das passagens seja praticada às custas de
cortes de recursos em outras políticas sociais, e continua na rua.
Fotos de SP:
CSP-Conlutas
Fonte: ANDES-SN, 24/6/1'3.