ANDES-SN repudia
violência contra profissionais da Educação do RJ
Em greve há mais
de 50 dias, os trabalhadores da Educação no Rio de Janeiro lutam
contra o desmonte da educação pública por parte do governo,
intensificado pelo arrocho salarial, precarização das condições de
trabalho e implementação de uma política pseudomeritocrática e de
cunho produtivista, que impõe uma série de bônus e gratificações, ao
invés de pagar salários dignos. Além de sofrerem com a falta da
valorização, estes profissionais agora são vítimas da violência por
parte da polícia do Estado, que reprime a luta legítima destes
trabalhadores nas manifestações ocorridas nos últimos dias.
Nesta
segunda-feira (30), o ANDES-SN divulgou moção de solidariedade à
greve dos trabalhadores da Educação, e repudiou a violência
implementada pelo prefeito Eduardo Paes e pelo governador Sérgio
Cabral, do Rio de Janeiro. “A Diretoria do ANDES-Sindicato Nacional
manifesta solidariedade às professoras/es e funcionárias/os do
município do Rio de Janeiro, em greve há mais de 50 dias, que foram
barbaramente reprimidos pela polícia do Estado com bombas químicas
(spray de pimenta e gás lacrimogêneo), armas não letais e letais, no
domingo dia 29/9/2013”, afirma o texto (confira
na íntegra).
De acordo com a
moção, “a greve foi suspensa e retomada com a iminência da votação
de um ‘PCCR – Plano de Cargos, Carreira e Remuneração’ elaborado
pelo governo Paes, cujo conteúdo é um profundo ataque à escola
pública e às trabalhadoras e trabalhadores que nela trabalham. Os
trabalhadores/as, numa tentativa de impedir que tal plano fosse
votado, ocuparam a Câmara de Vereadores”. No entanto, ao invés de
suspender a votação e receber os trabalhadores em busca de uma
negociação, Paes, com aval do governo do RJ, utilizou da Polícia
Militar – Batalhão de Choque e Bope – para atacar os professores
presentes.
“Expressamos
nosso veemente repúdio às atitudes do governador, prefeito e Polícia
Militar do Rio de Janeiro, e exigimos punição aos responsáveis e que
o prefeito digne-se a receber e negociar com os trabalhadores de
educação em greve, que seguem lutando pela dignidade docente e por
uma educação pública de qualidade aos filhos e filhas da classe
trabalhadora”, conclui a Diretoria do ANDES-SN na moção.
CSP-Conlutas
apoia professores
Durante reunião
da Coordenação Nacional da CSP-Conlutas no último domingo (29), os
professores da rede municipal do Rio de Janeiro tiveram espaço para
denunciar a violenta repressão policial na desocupação da Câmara dos
Vereadores.
A representantes
do Sepe-RJ Maristela Abreu contou as atitudes vergonhosas
protagonizadas pela polícia carioca e pediu que a CSP-Conlutas e
todas as entidades filiadas endossassem notas de solidariedade aos
professores e o repúdio à ação policial. A Central divulgou duas
moções: solidariedade à greve dos trabalhadores da Educação do Rio
de Janeiro, e de repúdio à violenta ação policial.
Ato contra as
violências do Estado
Nesta
quarta-feira (2), os movimentos sociais e entidades combativas do
Rio de Janeiro promoverão o “Ato contra as violências do Estado”,
que será realizado às 17h, no auditório 51 da Uerj. A iniciativa tem
como objetivo aglutinar forças para denunciar e combater as
diferentes formas de violações de direitos cometidas pelo Estado, em
especial as materializadas pela polícia.
Além de falas de
entidades, exposição de fotos e charges, grafitagem, apresentação
teatral e musical com diversos grupos, como o Centro de Teatro do
Oprimido e Levante/LutaArmanda, a programação prevê ainda
depoimentos de vítimas e familiares que sofrem ou sofreram violência
no Rio de Janeiro. A escolha de um ato em local fechado é justamente
uma tentativa de não expor tanto os depoentes, já que a grande
maioria já foi ameaçada ou está sujeita a ameaças e intimidações por
denunciar os abusos e crimes do Estado.
Para a presidente
da Aduff - uma das entidades organizadoras e Seção Sindical do
ANDES-SN -, Eblin Farage, o envolvimento das entidades de classe da
educação na atividade é essencial. “Dessa forma, não só damos
visibilidade ao problema, como envolvemos a categoria na luta pelo
fim da violência histórica do Estado contra os trabalhadores, sejam
eles do campo ou da cidade”.
* Com informações
da CSP-Conlutas e Aduff
Fonte: ANDES-SN, 1/10/13.