ANDES-SN pressiona MEC a abrir negociação sobre os conceitos da
carreira docente
Em reunião na manhã desta quarta-feira (18), na sede do ANDES-SN, o
responsável pela Secretaria de Ensino Superior do Ministério da
Educação (Sesu/MEC), Paulo Speller, concordou em buscar os caminhos
internos ao governo para discutir a carreira docente dos professores
federais, a partir dos conceitos propostos no plano de carreira
defendido pelo Sindicato Nacional.
Durante o encontro, o 1º vice-presidente do ANDES-SN, Luiz Henrique
Schuch fez um resgate de todo o processo histórico de construção da
carreira docente, com o Plano Único de Classificação e Retribuição
de Cargos e Empregos (Pucrce), e a desestruturação paulatina desde o
governo Collor até o processo que resultou na greve de 2012. Schuch
ressaltou o descontentamento da categoria docente com a dificuldade
de abertura de um canal de interlocução com o governo para
negociação efetiva e cobrou da Sesu/ MEC a responsabilidade por este
papel.
“O Ministério da Educação tem que se assumir como interlocutor das
questões relativas à Educação. É a sua responsabilidade. Temos que
enfrentar a estruturação da carreira docente a partir de conceitos e
isso só será possível através do MEC. Enquanto a questão ficar no
Ministério do Planejamento a discussão sempre será pautada pelo
impacto financeiro”, ressaltou Schuch.
Além da carreira docente, foram pontuadas pelos diretores do
ANDES-SN outras questões como a precarização das condições de
trabalho e da infraestrutura nas Instituições Federais de Ensino.
Schuch destacou que entre as questões de precarização do ensino está
o fato do governo compelir as administrações locais a criarem, por
exemplo, bacharelados interdisciplinares, com grande ingresso de
alunos, para responder às imposições do MEC, o que induz à
fragilização curricular em algumas instituições.
Foi cobrado ainda, dos representantes da Sesu/MEC, maiores
esclarecimentos e a complementação dos dados disponibilizados ao
ANDES-SN em relação a criação de vagas e cargos nos IFE, e também um
posicionamento frente aos Colégios de Aplicação (CAP) e Centros
Federais de Ensino Tecnológico (Cefet). Nesse ponto, Speller
ressaltou que não há possibilidade, nesta gestão, dos Cefet do Rio
de Janeiro e de Minas Gerais serem transformados em universidade e
que, no entendimento do MEC, o ensino infantil deve ficar restrito à
esfera municipal.
Ao final da reunião, foi agendada uma nova audiência no mês de
outubro, na qual o secretário da Sesu ficou de dar retorno sobre
abertura de espaço dentro do governo para pautar os conceitos que
devem estruturar a carreira docente. Foram agendadas também novas
reuniões técnicas entre o ANDES-SN e a Sesu/MEC, para complementação
das informações a respeito dos cargos e investimentos nas IFE.
- Confira o documento com a linha do tempo da desestruturação da
carreira docente, que serviu de roteiro para a reunião
em:
http://portal.andes.org.br/imprensa/noticias/imp-ult-2042892073.pdf
|
|