ANDES-SN reforça
luta contra aprovação do PL das terceirizações na quarta (18)
Entidades
sindicais, entre elas o ANDES-SN, estarão no Congresso Nacional dia
18 para cobrar o arquivamento do PL 4330
Nesta
quarta-feira (18), o ANDES-SN participa junto com demais entidades
sindicais de ato no Congresso Nacional contra a aprovação do PL
4330/2007, que “permite a terceirização de serviços em todas as
atividades de empresas e órgãos públicos, sem quaisquer limites”,
conforme frisou o Ministério Público do Trabalho. Nesse dia, o
projeto será discutido na comissão geral da Câmara.
A atividade foi
chamada pela CSP-Conlutas, em conjunto com as outras centrais
sindicais que se opõem ao PL. “É importante barrar este ataque. O PL
é uma afronta aos direitos básicos dos trabalhadores. O ANDES-SN
estará presente com a CSP Conlutas e as demais centrais sindicais
para reforçar a luta contra o PL 4330”, ressalta Paulo Rizzo, 2º
secretário e encarregado de Relações Sindicais do Sindicato
Nacional.
A votação do PL
das terceirizações na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania
(CCJ) da Câmara dos Deputados foi suspensa no dia 9 de setembro,
após manifestação e forte pressão das centrais sindicais. A
princípio o PL seria votado diretamente no Plenário para depois ir
ao Senado. No entanto, o presidente da Câmara, deputado Henrique
Alves, anunciou, no dia 14, a realização da uma comissão geral nesta
quarta (18).
“Esse projeto
pretende deixar o capital livre das obrigações em relação aos
direitos dos trabalhadores. Ele é a forma de transferir para os
trabalhadores o ônus e as consequências da competição capitalista.
Por meio de terceirizações e subcontratações, os trabalhadores ficam
mais vulneráveis aos altos e baixos do mercado, sem garantias
trabalhistas”, explica Rizzo.
A CSP-Conlutas
defende o arquivamento do projeto, como tem feito desde o início da
sua tramitação. “É importante que as entidades ligadas à nossa
Central façam um esforço para estarem com representações dos
trabalhadores no próximo dia 18 em Brasília. Vamos barrar de vez o
PL 4330, das terceirizações”, afirma a CSP-Conlutas.
MPT e TST também
são contrários ao PL 4330
Recentemente, o
Conselho Superior do Ministério Público do Trabalho (CSMPT) e o
Tribunal Superior do Trabalho (TST) também manifestaram oposição à
aprovação do PL 4330.
O CSMPT
encaminhou ao presidente da Câmara dos Deputados uma moção de
contrariedade por entender que o PL 4330 “permite a terceirização de
serviços em todas as atividades de empresas e órgãos públicos, sem
quaisquer limite”. Para os membros do CSMPT, o PL atentará contra a
dignidade dos trabalhadores e ferirá a Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT).
Na moção consta
ainda que “a realidade vivenciada pelo Ministério Público demonstra
que a terceirização é causa direta da precarização das relações de
trabalho quanto à remuneração, à supressão de direitos trabalhistas,
ao enfraquecimento do sistema sindical e, principalmente, ao elevado
índice de acidentes e de adoecimentos
Já o TST, ofício
enviado à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ),
alerta para o 'rebaixamento dramático da remuneração contratual de
milhões de concidadãos' caso projeto de lei seja aprovado. O
documento é assinado por 19 dos 27 ministros do Tribunal.
"A diretriz
acolhida pelo PL 4.330-A/2004, ao permitir a generalização da
terceirização para toda a economia e a sociedade, certamente
provocará gravíssima lesão social de direitos sociais, trabalhistas
e previdenciários no país, com a potencialidade de provocar a
migração massiva de milhões de trabalhadores hoje enquadrados como
efetivos das empresas e instituições tomadoras de serviços em
direção a um novo enquadramento, como trabalhadores terceirizados,
deflagrando impressionante redução de valores, direitos e garantias
trabalhistas e sociais”, informa o ofício do TST.
O documento
enfatiza ainda que “o rebaixamento dramático da remuneração
contratual de milhões de concidadãos, além de comprometer o
bem-estar individual e social de seres humanos e famílias
brasileiras, afetará fortemente, de maneira negativa, o mercado
interno de trabalho e de consumo, comprometendo um dos principais
elementos de destaque no desenvolvimento do país. Com o decréscimo
significativo da renda do trabalho ficará comprometida a pujança do
mercado interno no Brasil”.
Os ministros
destacam que a aprovação do projeto do deputado Sandro Mabel, dono
da empresa de biscoitos que leva seu nome, também trará um grave
problema fiscal para o Estado, “ao diminuir, de modo substantivo, a
arrecadação previdenciária e tributária no Brasil”, além de provocar
“o esvaziamento, via terceirização potencializada, das grandes
empresas brasileiras, que irão transferir seus antigos empregados
para milhares de pequenas e médias empresas que serão as agentes do
novo processo de terceirização generalizado”.
No ofício, os
ministros ainda dizem que o discurso da competitividade, defendido
pelos empresários a favor da votação do PL, “é uma cortina de fumaça
para aprofundar a exploração com a perspectiva de aumentar o lucro
com exploração excessiva da mão de obra precarizada e barata”.
O documento é
assinado pelos ministros Antonio José de Barros Levenhagen, João
Oreste Dalazen, Emmanoel Pereira, Lelio Bentes Corrêas, Aloysio
Silva Corrêa da Veiga, Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, Alberto
Luiz Bresciane de Fontan Pereira, Maria de Assis Calsing, Fernando
Eizo Ono, Marcio Eurico Vitral Amaro, Walmir Oliveira da Costa,
Maurício Godinho Delgado, Kátia Magalhães Arruda, Augusto Cesar
Leite de Carvalho, José Roberto Freire Pimenta, Delaílde Alves
Miranda Arantes, Hugo Carlos Sheurmann, Alexandre de Souza Agra
Belmonte e Claudio Mascarenhas Brandão.
* Com informações
da CSP-Conlutas
Fonte: ANDES-SN, 16/9/13.