ANDES-SN manifesta apoio à Ocupação Esperança, em Osasco (SP)
 

PM intimida famílias de Ocupação, iniciada em 23 de agosto, apoiada pelo movimento Luta Popular em Osasco

Mais de 500 famílias integram a Ocupação Esperança na cidade de Osasco, localizada em uma área da Estrada do Portugal, no Bairro de Santa Fé, desde a última sexta-feira (23). A mobilização é iniciativa das famílias que estão há meses discutindo e se organizando diante da grave precariedade de sua situação habitacional.

Desde o início da ocupação, a Polícia Militar tem intimidado os ocupantes, que são apoiados pelo movimento Luta Popular. Nesta segunda-feira (26), policiais foram ao local e ameaçaram levar presas pessoas ligadas ao movimento com a alegação de que o terreno era uma reserva ambiental. “O clima é de tensão e apreensão. Não sabemos o que irá acontecer, sabemos que não podem agir sem o pedido de reintegração de posse”, destacou o movimento.

No sábado (24), a PM e uma pessoa que se identificou como ex-funcionário do proprietário da área compareceram à ocupação. De acordo com o movimento, um boletim de ocorrência – BO - foi registrado e o comandante da PM, Simões, afirmou que, estando a ocupação consolidada e sendo o terreno particular, qualquer possibilidade de reintegração de posse só poderá ser feita por meio da solicitação do proprietário via Justiça. À tarde, no entanto, a Guarda Civil Metropolitana (GCM) alegou, sem qualquer documento ou prova, que a área era pública e que iriam despejar as famílias. De nada adiantou argumentar que o terreno é particular, e que o movimento possuía um BO com assinatura de um representante do proprietário.

De acordo com o movimento, a GCM causou clima de tensão e fechou os acessos à rua da ocupação, impedindo muitas famílias de chegarem. O movimento alega que a GCM, em dado momento, entrou correndo na ocupação com armas de bala de borracha em punho, teaser a mostra, não só pela entrada da frente, mas pelo meio das árvores, assustando as crianças e as famílias que ali estavam, além de tentaram constranger pessoas que os filmavam. No fim da tarde, no entanto, se retiraram.

Nesta quarta-feira (28), o ANDES-SN publicou moção de apoio (confira) que manifesta repúdio a qualquer ato de repressão à Ocupação Esperança. “A moradia é um direito de todos e não aceitaremos que episódios de massacre da população pobre, como o do Pinheirinho em São José dos Campos, em 2011, voltem a ocorrer”, afirma a Diretoria do Sindicato Nacional no documento.

Histórico

Nos últimos dois meses, esta é a terceira ocupação feita pelo grupo, que conta com o apoio do Movimento Luta Popular.  Existem atualmente 43 mil famílias inscritas no programa “Minha casa, minha vida” em Osasco. Desde 2009, a Prefeitura entregou apenas 420 casas.

“Não queremos conflito, mas não aguentamos mais a humilhação de morar de favor ou de deixar de comer para pagar aluguel”, afirma nota divulgada pelo movimento, que conclui: “se o conflito vier, virá pelo descaso da Prefeitura. A responsabilidade pelo que ocorrer é do prefeito Jorge Lapas, da GCM e da PM”.

Por moradia

Também em São Paulo, na última sexta-feira (23), cerca de 400 famílias ocuparam um terreno de mais de 10 mil metros quadrados em Paraisópolis, na zona sul da cidade de São Paulo. As famílias são ligadas ao MTST e ao Movimento Periferia Ativa.

Apoio

A CSP- Conlutas orienta que as entidades e movimentos ligados à Central apoiem da forma que for possível a manutenção da Ocupação Esperança, organizada pelo Movimento Luta Popular. Para a CSP-Conlutas, é fundamental que a ocupação seja amplamente divulgada pelos sindicatos e movimentos, por meio dos sites e boletins das entidades.

 

 

Fonte: ANDES-SN, 29/8/13.

 


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