Alunos da USP
aprovam greve geral e ocupação da reitoria por tempo indeterminado
Prédio foi ocupado
na terça-feira, após Conselho Universitário rejeitar proposta de
eleições diretas para reitor
Estudantes da USP
continuam ocupando a reitoria da instituição na manhã desta
quarta-feira. Por volta de 7h30, mais pessoas chegavam ao local para
dar continuidade ao protesto contra as eleições indiretas na
universidade. Não houve incidentes durante a madrugada.
Os alunos da
Universidade de São Paulo (USP) aprovaram nesta terça-feira, 1,
greve geral e ocupação da reitoria por tempo indeterminado, após o
Conselho Universitário, instância máxima da instituição, ter
decidido por poucas mudanças no processo de eleição de reitor. Cerca
de mil alunos participaram de assembleia ontem à noite, em frente ao
prédio, segundo o Diretório Central de Estudantes (DCE).
A reitoria estava
ocupada por cerca de 400 alunos e funcionários desde a tarde. Sob
pressão, o conselho aprovou a redução dos turnos da eleição de dois
para um e consulta informativa, sem caráter decisório, à comunidade
universitária.
Vídeo: <http://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=qsb8oNCrl6g>
Os manifestantes
reivindicavam voto paritário, eleições diretas e o fim da lista
tríplice. "As mudanças foram cosméticas, não alteram praticamente
nada. Esperamos uma resposta da universidade para sair do prédio",
afirmou Pedro Serrano, representante do DCE. O diretório protocolou
um pedido para anular as decisões, fazer nova reunião do conselho e
adiar as eleições para reitor. O DCE quer também que as propostas de
escolha dos dirigentes sejam submetidas a plebiscito. Hoje serão
convocadas assembleias em todas as unidades da USP para aumentar a
adesão à greve.
No protesto, que
começou à tarde, os manifestantes tentaram arrombar as portas da
sala onde ocorria a reunião do conselho, mas foram impedidos pelos
seguranças, que estavam dentro. Não houve confrontos, mas paredes
foram pichadas e a porta de vidro do prédio, quebrada. Professores
também protestaram fora do edifício.
A diretora do
Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), Neli Wada, relatou que
o clima era tenso. "Rodas (João Grandino Rodas, reitor) estava
acuado, mas autoritário como sempre." Segundo ela, os servidores do
conselho foram impedidos de retornar à reunião após terem saído para
conversar com os manifestantes.
Mudanças. A eleição
para reitor e vice passa a ter turno único, com participação de
cerca de 2 mil representantes do conselho, conselhos centrais,
congregações das unidades e conselhos deliberativos dos museus e dos
institutos especializados – no modelo atual da eleição, eles já
votavam no primeiro turno.
Vídeo :
<http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=9YkV1FuVxTs>
Esses representantes
escolhiam, então, oito nomes, que iam para o segundo turno, em que
votavam 330 eleitores (integrantes do conselho e conselhos
centrais). Essa segunda fase foi suprimida. Agora, os representantes
elegem direto a lista tríplice, que é passada para o governador,
responsável pela palavra final. No último pleito, em 2009, Rodas foi
escolhido pelo então governador Jose Serra (PSDB), mesmo sem ser o
líder de votos da lista tríplice.
A consulta a todos
os alunos, docentes e funcionários, cujo resultado será divulgado
cinco dias antes da eleição, terá apenas caráter de consulta, sem
papel deliberativo. A ideia de abrir as próximas reuniões do
conselho para a comunidade acadêmica, reivindicada pelos
manifestantes, foi rejeitada por maioria.
O mandato de Rodas
vai até 25 de janeiro e o calendário das eleições ainda não foi
definido.
/Colaborou Victor
Vieira
Veja
também:
Fonte: O Estadão, Barbara Ferreira Santos e Renato Vieira, 1/10/13.
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