ADUR-RJ é contra a criminalização de qualquer manifestação política
e repudia os atos truculentos da polícia militar
Na assembleia da ADUR-RJ de 24 de junho, os docentes deliberaram por
“repudiar
e combater toda forma de repressão aos manifestantes nos atos que
marcam a luta da sociedade por direitos”.
Recentemente, a ADUR-RJ recebeu denúncia da professora Amparo Villa
Cupolillo, envolvendo a família da docente, referente à perseguição
de sua sobrinha e aos atos truculentos da polícia. A ADUR-RJ divulga
a mensagem da denunciante, enviada dia 10 de setembro, e está na
luta em apoio aos estudantes:
“Como alguns já devem saber, estou vivendo uma situação muito
complicada em família. Na quarta-feira passada, dia 04 de setembro,
a casa de minha sobrinha, Maíra Cupolillo Alvarez, foi invadida por
policiais civis com um mandato de busca e apreensão para confiscar
todos os seus aparelhos eletrônicos, sob alegação de formação de
quadrilha e incitação à violência. Esta ordem veio de uma
investigação, iniciada em julho, que teve como propósito indiciar os
administradores da página do facebook dos Black Blocs.
Minha sobrinha, estudante de Produção Cultural da UFF, escreveu um
texto sobre feminismo e, por conta do teor desse texto, foi
convidada a escrever na página do Black Bloc e aceitou. Depois disso
postou mais um texto. Neste mesmo dia, 04 de setembro, os policiais
invadiram a casa de mais cinco jovens, todos na mesma situação de
Maíra. Chegando à delegacia o mandato de busca e apreensão
transformou-se em ordem de prisão em flagrante, pois eles assumiram
que eram administradores da página. Minha sobrinha só não foi presa
por estar em viagem de férias fora do Brasil e, inicialmente, foi
considerada foragida. O pai de Maíra, que também teve a casa
invadida no mesmo dia, pois Maíra postou um dos textos do computador
do pai, numa atitude de desespero, chamou a imprensa ontem e hoje a
notícia estava na primeira página do jornal O Globo.
Hoje, a CBN fez uma entrevista com ele. Enfim, o caso ganhou uma
grande dimensão. No momento minha irmã, mãe de Maíra, está
participando de uma reunião com várias entidades para organizarem
uma manifestação de apoio aos jovens que vêm sofrendo estes tipos de
repressão e também repudiar todas as formas de opressão e violência.
Só para vocês terem ideia, os policiais confiscaram até os livros de
Maíra e de seu namorado que, segundo eles, faziam apologia ao
anarquismo!!!!!!!
Estou relatando o fato para pedir a ajuda e o apoio de vocês. A
ideia é articular uma grande rede de apoio aos jovens e repúdio aos
atos estúpidos e truculentos da polícia e do governo Sergio Cabral,
principalmente. Na UFF, minha irmã já conseguiu o apoio público do
DCE, do Departamento de Produção Cultural e, provavelmente, a
Reitoria se posicionará amanhã.
Perdoem a extensão do relato, mas a questão é muito séria. Os
meninos estão presos em Bangu e ficarão lá até serem julgados, ou
seja, durante uns 80 dias! Os advogados da OAB estão tentando
reverter, mas até agora, nada. Enfim pessoal, estamos muito
apreensivos e contamos com o apoio de todos”.