Mais de 20 mil trabalhadores ocupam a Esplanada em Marcha vitoriosa
Marcha denuncia os ataques do governo aos direitos trabalhistas e a
situação de precariedade vivida em todo país
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Representantes do campo e da cidade, servidores públicos federais e
da iniciativa privada, do setor petroleiro, gráficos, metalúrgicos.
Jovens, aposentados, índios, negros, homoafetivos, homens, crianças
e mulheres. Integrantes de movimentos de luta pela terra, pela
reforma agrária e contra o capitalismo. Ao todo, mais de 20 mil
pessoas marcharam na Esplanada dos Ministérios na manhã desta
quarta-feira (24), unidas em uma única voz: não ao ataque aos
direitos dos trabalhadores! A ADUR-RJ foi representada pelos
professores Ana Cristina S. dos Santos, Joecildo Francisco da Rocha
e Heitor Fernandes Mothé Filho.
Durante cinco quilômetros de percurso, os trabalhadores chamaram a
atenção da população, de governantes e de parlamentares, e
denunciaram as iniciativas do governo que atacam os direitos dos
trabalhadores brasileiros, como o Acordo Coletivo Especial (ACE), a
Reforma da Previdência e a criminalização dos movimentos sociais.
Centenas de faixas, cartazes e bandeiras denunciaram a situação de
precariedade vivida pelos trabalhadores do país, as formas de
privatização da saúde e da educação, as condições dos representantes
do campo, dos trabalhadores sem terra, e dos operários da usina de
Belo Monte, vítimas do trabalho escravo, entre outras. Tantos casos
e descasos relatados com indignação, por meio de protesto e palavras
de ordem que diziam “O povo na rua, Dilma a culpa é sua”, e “Eu vim
aqui fazer o quê? Parar o ACE e o direito defender”.
Para os representantes das dezenas de entidades que organizaram a
mobilização, a Marcha demonstra a integração de diversas categorias
dos setores público e privado, movimentos sociais e populares contra
a política econômica do Governo Federal, e mostram a força do
movimento. A Marcha também é um chamamento para a continuidade da
jornada de lutas nos estados, com a sequência de atos, debates e
novas ações na defesa dos direitos.
“O ANDES-SN, representado pelas suas Secretarias Regionais e Seções
Sindicais de todo país, fizeram um grande esforço para promover a
unidade dos trabalhadores, e a Marcha é resultado disso. A unidade é
importante para defender a educação e saúde contra os ataques, como
é o caso da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh),
que privatiza a saúde e retira direitos dos trabalhadores e da
população usuária”, afirmou a presidente do ANDES-SN, Marinalva
Oliveira. A diretora do Sindicato Nacional acrescentou que o
ANDES-SN continuará a luta nos estados, contra as ações do governo
que precarizam as condições de trabalho na área da educação.
Marinalva ainda convidou os trabalhadores a integrarem o ato
realizado pelas entidades da educação, em frente ao MEC, na tarde
desta quarta-feira, e participarem do lançamento da Revista Dossiê
Nacional 3 - Precarização das Condições de Trabalho, da divulgação
do resultado do Plebiscito Nacional Sobre a Ebserh e da
rearticulação da Campanha 10% do PIB para Educação Pública Já!.
“Algumas ações específicas estão previstas nos estados. Entre os
dias 20 e 24 de maio, haverá jornada de luta das federais com
paralisação no dia 22 e, 29 de maio, será o dia nacional de luta dos
docentes das instituições estaduais e municipais de ensino superior.
É grande nossa vitória e o caminho é a unidade, articulação.
Precisamos dar continuidade a isso”, acrescentou.
O membro da Secretaria-Executiva Nacional da CSP-Conlutas Atnágora
Lopes agradeceu as entidades “que não mediram esforços para a
realização da Marcha e aquelas que fizeram debates em suas bases nos
estados”. Para Atnágoras, os próximos desafios são os atos do dia 1º
de maio, que devem tentar reproduzir o classismo que uniu os
trabalhadores no dia 24 de abril em Brasília. “Temos que lutar
contra o ACE e para anular a Reforma da Previdência comprada com o
mensalão. A CSP-Conlutas se orgulha de fazer parte desse
conglomerado de trabalhadores. Vamos viver o socialismo, que não é
um sonho inalcançável”.
No final da manhã, Paulo Barela da CSP-Conlutas informou que quatro
pessoas haviam sido presas no Congresso Nacional pela polícia
legislativa, por colocarem uma bandeira no local. “Eles foram presos
porque ousaram defender a democracia ao se manifestarem. Isto é
democracia?”, questionou.
A juventude e os estudantes foram representados pela Anel, que
pintou a Esplanada dos Ministérios com as cores do arco-íris, como
afirmou Clara Saraiva, representante da Assembleia. Os jovens
pediram a saída do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) da Comissão de
Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados. A Anel também
realizou um beijaço coletivo e fez casamentos homossexuais em
protesto à Feliciano. “A juventude tem muito orgulho de lutar junto
aos trabalhadores do campo e da cidade”, finalizou Clara.
Entidades organizadoras
Além da CSP-Conlutas, compõem a organização da Marcha as seguintes
entidades e organizações: ANDES-SN, A CUT Pode Mais (corrente que
integra a CUT), CNTA (Confederação Nacional de Trabalhadores da
Alimentação), Cobap (Confederação Brasileira dos Aposentados e
Pensionistas), Condsef (Confederação Nacional dos Servidores
Públicos Federais), Cpers (Centro dos Professores Do Estado Do Rio
Grande Do Sul), MST, Feraesp (Federação dos Empregados Rurais
Assalariados do Estado de São Paulo), Admap (Associação Democrática
dos Aposentados e Pensionistas), Anel (Assembleia Nacional dos
Estudantes – Livre), assim como entidades de movimento populares,
entre outras.
Fonte: ANDES-SN/ Com edição da ADUR-RJ