Universidades federais vivem dilema entre quantidade e qualidade
 

Implementado há mais de quatro anos, o REUNI ainda provoca divergências entre gestores, professores, técnicos administrativos e estudantes de universidades federais.

Instituído pelo Decreto nº 6.096, de 24 de abril de 2007, o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) tem o objetivo de “criar condições para a ampliação do acesso e permanência na educação superior, no nível de graduação, pelo melhor aproveitamento da estrutura física e de recursos humanos existentes nas universidades federais”. As Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) que aderissem ao Reuni receberiam investimentos do Governo Federal em troca do cumprimento de algumas metas. Já no final de 2007, 100% das universidades federais brasileiras integravam o Reuni.

Porém, nem todos saudaram alegremente o programa. Ainda em 2007, setores de docentes e técnicos administrativos, juntamente com o movimento estudantil, teciam críticas ao Reuni, principalmente sobre as condições em que o programa foi implementado. “Em primeiro lugar, gostaria de ressaltar que o Reuni realizou um ataque à autonomia universitária. Foi um programa apresentado na forma de Decreto Presidencial e foi aprovado de forma acelerada e antidemocrática em todas as universidades federais”, critica Kátia Lima, professora da Universidade Federal Fluminense (UFF) e pesquisadora do Reuni.

A professora também relembra que, na grande maioria das IFES, houve resistência contra a aprovação do Reuni, muitas reuniões dos conselhos universitários eram suspensas e, mais tarde, aconteciam em salas escondidas para evitar os protestos durante a aprovação. Com essa conjuntura, o segundo semestre de 2007 foi bastante agitado para o movimento estudantil, com uma onda de ocupações de reitoria em mais de 20 universidades estaduais e federais. A maioria das ocupações aconteceu nas federais e a principal pauta era contra a adesão ao Reuni. Também ocorreram diversas atos conjuntos, organizados por professores, funcionários e estudantes.

 

Por Otávio Nagoya
Trecho de matéria publicada na edição de janeiro da revista Caros Amigos.

 

 

 

Fonte: Revista Caros Amigos, Andes-SN, 2/2/12.

 


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