UFF, UFRJ e Unifesp aderem à greve nacional dos professores
Os docentes das
universidades federais do Rio de Janeiro (UFRJ), de São Paulo
(Unifesp) e Fluminense (UFF) aderiram nesta terça-feira (22) à greve
nacional dos professores das instituições federais de ensino
deflagrada pelo ANDES-SN na última quinta-feira (17).
A paralisação na
UFF foi iniciada hoje (22), mas já havia sido deliberada na semana
passada. A adesão à greve dos docentes da UFRJ (foto) e da Unifesp foi
votada nesta terça em assembléias consideradas históricas pelo número
de professores presentes e terá início a partir de amanhã (23).
Até o momento são
47 seções sindicais de 43 instituições federais de ensino com as
atividades suspensas por tempo indeterminado. Confira aqui a lista
completa atualizada até às 18 horas desta terça-feira.
O ANDES-SN tem
duas reuniões agendadas com o governo. Nesta quarta-feira (23), os
docentes se reúnem no final da tarde com o responsável pela Secretaria
de Ensino Superior (Sesu/MEC), secretário Amarno Lins. Já na próxima
segunda-feira (28), está agendada uma reunião do GT Carreira com
representantes do MEC e do Ministério do Planejamento.
Serviços
essenciais
Muitas das
instituições em greve prestam serviços considerados essenciais à
população, como o atendimento nos Hospitais Universitários, além de
outros cuja interrupção causaria danos irreparáveis. O Comando
Nacional de Greve informa que em cada comando local foram constituídos
comitês, que avaliarão quais atividades não podem ser interrompidas.
Os professores devem organizar escalas de serviço para que o
atendimento à população não seja prejudicado.
Em carta à
sociedade divulgada e distribuída nacionalmente, o Comando Nacional de
Greve explica à população o que motivou a paralisação nacional dos
professores federais.
“Os (as)
professores(as) federais estão em greve em defesa da Universidade
Pública, Gratuita e de Qualidade e de uma carreira digna, que
reconheça o importante papel que os docentes têm na vida da população
brasileira”, afirma a nota.
O texto informa,
ainda, que há anos os professores vêm lutando pela re-estruturação do
Plano de Carreira e que esse era um dos principais pontos do acordo
emergencial assinado ano passado com o governo. “Já estamos na segunda
quinzena de maio e nada aconteceu em relação a essa re-estruturação”,
denuncia a nota, que elenca, ainda, os pontos principais do plano de
carreira defendido pelo ANDES-SN.
O CNG também
denuncia a precariedade nas condições de trabalho em várias
instituições federais de ensino. “O quadro é muito diferente do que o
governo noticia. Existem instituições sem professores, sem
laboratórios, sem salas de aula, sem refeitórios ou restaurantes
universitários, até sem bebedouros e papel higiênico, afetando
diretamente a qualidade de ensino”, exemplifica o texto.
Para o CNG, quem
sofre diretamente com essa situação são os professores, estudantes e
técnicos dessas instituições, e “num olhar mais amplo, todo o povo
brasileiro, que utilizará dos serviços de profissionais formados em
situações precárias”.
Por fim, o texto
convida a todos a se juntarem na luta iniciada pelos docentes. “Essa
batalha não é só do (as) professores (as), mas de todos aqueles que
desejam um país digno e uma educação pública, gratuita e de
qualidade”.
Fonte: ANDES-SN,
22/5/12.