Sindicatos se mobilizam contra a retirada de direitos dos trabalhadores
 

Entidades sindicais vão realizar na próxima quarta-feira (28) um ato público, em Brasília, para denunciar novas investidas contra os direitos dos trabalhadores como o Acordo Coletivo Especial (ACE) e pedir a anulação da reforma da Previdência, o fim do Fator Previdenciário e a implantação da fórmula 85/95. “O governo, com o apoio de alguns setores sindicais, tem buscado, no Congresso Nacional, aprovar projetos que reduzem direitos e fragilizam os trabalhadores, o que vai exigir de nós unidade para nos contrapormos”, defendeu a presidente do Sindicato Nacional, Marinalva Oliveira.

De acordo com a CSP/Conlutas, que faz parte da organização do ato, a atividade ganhou peso nos últimos dias. “A nossa previsão era fazer um seminário no Congresso Nacional, agora será um ato político, que denunciará os ataques que afligem o conjunto dos trabalhadores”, explicou o coordenador-geral da CSP/Conlutas, José Maria de Almeida.

Para a realização do ato político será montada uma tenda na Esplanada dos Ministérios. A atividade contará com uma mesa de debates, que começará às 9h30 e terminará às 13h. Além disso, será entregue a representantes do governo um manifesto contra o ACE, assinado por centenas de dirigentes e entidades.

O ACE, proposto pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, prevê que o negociado se sobreponha a legislação trabalhista, isto é, passariam a ser aceitos acordos que rebaixam direitos garantidos por lei. Em evento promovido pela CSP/Conlutas, o diretor da Fasubra Rogério Marzola denunciou que a livre negociação não existe quando quem detém os meios de produção é quem contrata e demite. “Os empresários colocam como alternativa para os trabalhadores o banco de horas, a redução salarial ou as demissões. Onde está a livre negociação?”, salientou.

O ato em Brasília contará com a presença, além da CSP-Conlutas e do ANDES-SN, da CUT Pode Mais, da CNTA, do Sinasefe, da Fasubra, da Condsef e de inúmeras outras entidades que organizam trabalhadores do setor público e do setor privado.

Nova reforma da previdência

Recentemente, o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia, anunciou que colocará em votação as mudanças na previdência, que vem sendo articuladas pelo governo com alguns dirigentes de centrais sindicais, sobre os quais tem maior influência. Essas mudanças incluem a troca do Fator Previdenciário pela Formula 85/95 (o governo quer ainda colocar a idade mínima no pacote). A votação está prevista para o final deste mês.

“Nós defendemos o fim do fator previdenciário, mas não aceitamos qualquer outra fórmula que implique em perdas para os trabalhadores, como o fator 85/95 que é até pior que o fator previdenciário para quem começou a contribuir muito jovem para a previdência”, explicou Sebastião Carlos (Cacau), durante o VI Encontro Intersetorial do ANDES-SN. Pelo fator 85/95, as mulheres poderão se aposentar se a soma da idade e do tempo de contribuição completar 85 e, os homens, 95.

 

Fonte: ANDES-SN, 22/11/12.

 

 


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