Sindicatos europeus organizam amanhã greves e protestos contra
austeridade
Entre os países
que terão manifestações, estão Espanha, Portugal, Bélgica, Luxemburgo,
França e Itália
Sindicatos da
Europa preparam-se para uma jornada de manifestações amanhã (14) em
protesto contra os cortes em serviços de bem-estar social exigidos
pela Comissão Europeia para a concessão de novos empréstimos. Em
Portugal, país que vive uma onda de privatizações de serviços
públicos, esta será a terceira greve nacional em 16 meses de governo
conservador. A diferença é que, desta vez, as mobilizações não
contarão com o apoio do segundo maior sindicato, a socialista UGT. O
grupo reiterou sua rejeição às medidas de austeridade, mas decidiu não
renovar sua aliança com o comunista CGTP.
Na Grécia, a
principal confederação de sindicatos de trabalhadores do setor
privado, GSEE, também integrará as manifestações e concordou com uma
paralisação de três horas. Inicialmente havia sido convocada uma greve
geral. No entanto, como na semana passada houve uma paralisação de 48
horas, foi feita a opção por apenas mais uma manifestação no centro da
capital Atenas.
O principal
sindicato da Itália, a CGIL (Confederação Geral Italiana do Trabalho),
convocou com outros sindicatos setoriais menores uma greve de quatro
horas também para esta quarta. Além de integrar os demais movimentos
operários da União Europeia, a paralisação italiana também protesta
especificamente contra o orçamento do governo do premiê Mario Monti
para 2013.
Na França, os
cinco principais sindicatos convocaram funcionários públicos e
privados a integrar o que já é classificado pela imprensa local como
“um protesto da Europa”. Trabalhadores da maioria dos departamentos do
país confirmaram que participarão das manifestações e alegaram que
reivindicarão à Comissão Europeia um projeto de coordenação econômica
capaz de respeitar programas sociais do Estado.
Embora na Bélgica
não tenha sido convocada uma greve geral, setores como o de siderurgia
e serviços ferroviários devem interromper suas atividades para
protestar contra a austeridade diante das embaixadas de Espanha,
Portugal, Grécia, Chipre, Irlanda e Alemanha. Também está prevista uma
marcha até a sede da Comissão Europeia. Lá, uma delegação de operários
pretende se reunir com o presidente José Manuel Durão Barroso.
Sindicatos
holandeses, por sua vez, preferiram organizar uma conferência para
expressar sua solidariedade com os trabalhadores europeus em
dificuldade. O mesmo ocorrerá em Luxemburgo, onde as associações
trabalhistas planejam palestras em empresas e uma reunião com o
primeiro-ministro Jean-Claude Juncker.
Operários alemães
preferiram adiar a maioria das manifestações em um dia. Já na noite
desta quarta-feira, no entanto, haverá um desfile noturno em Aachen.
Já a ÖGB (Confederação de Sindicatos), da Áustria, decidiu limitar sua
participação a uma coleta pública de assinaturas em um documento
intitulado "todos somos gregos". Posteriormente esses abaixo-assinados
serão enviados aos sindicatos da Grécia como demonstração de
solidariedade.
A chamada
Coalizão da Resistência, no Reino Unido, organizou um protesto diante
da sede londrina da Comissão Europeia. Na Irlanda não há previsão de
nenhuma ação sindical.
Fonte: Rede
Brasil Atual, 13/11/12.