Servidores federais vão continuar em greve
Os grevistas denunciam a "intransigência" do governo em ações que
marcam o Dia Nacional de Lutas
Os servidores federais em greve estão dispostos a enfrentar a
“intransigência” do governo e vão manter as paralisações. Segundo o
secretário-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço
Público Federal (Condsef), Josemilton Costa, o movimento atinge 28
órgãos, com 370 mil servidores públicos parados. A greve ganhou a
adesão dos agentes da Polícia Federal e dos auditores fiscais
agropecuários.
Também estão em greve servidores do Instituto Nacional de Colonização
e Reforma Agrária (Incra), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa), do Arquivo Nacional, da Receita Federal, dos ministérios da
Saúde, do Planejamento, do Meio Ambiente e da Justiça, entre outros.
“Estamos aguardando uma resposta do governo. Até lá, a greve
continua”, disse Costa.
Na tarde dessa quarta-feira (8) os grevistas promoveram um protesto
contra a falta de negociação do governo federal em frente ao
Ministério do Planejamento. De acordo com a Polícia Militar, cerca de
600 pessoas participaram da manifestação. Em seguida, eles seguiram em
passeata até o Palácio do Planalto. Já nesta quinta-feira (9), os
servidores federais realizaram uma marcha na Praça dos Três Poderes e
se manifestaram em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF). A
manifestação integra as ações que estão sendo realizadas em todo o
país para marcar o Dia Nacional de Lutas.
Uma reunião entre representantes do governo e das entidades sindicais
deve ocorrer entre os dias 13 e 17 deste mês. O governo tem até o
último dia deste mês para enviar o projeto de lei orçamentária ao
Congresso Nacional. O texto deve conter a previsão de gastos para
2013.
Segundo o presidente do Fórum Nacional Permanente de Carreiras
Típicas de Estado (Fonacate), Pedro Delarue, a categoria não vai
aceitar a falta de proposta por melhorias salariais do governo
federal. “O governo está irredutível. A alegação principal do
governo para a falta de reajuste é a crise internacional. Mas isso
não justifica o congelamento de salários desde 2008. O PIB
[Produto Interno Bruto, soma de todos os bens e serviços
produzidos no país] tem subido, mas os salários não acompanharam,
então há margem para reajuste”, disse Delarue.
Os manifestantes reivindicavam um encontro com o secretário-geral
da Presidência da República, Gilberto Carvalho. “Fomos informados
que de só o [Ministério do] Planejamento está autorizado a falar
com os servidores. Já falamos com o secretário de Relações do
Trabalho [Sérgio Mendonça] e nada adiantou. Queremos falar com
algum ministro. Queremos alguma proposta concreta”, acrescentou o
presidente da Fonacate.
De acordo com Delarue, há graus diferentes de paralisação. Para
ele, a população está sendo prejudicada pela “intransigência do
governo, que não está disposto a negociar”. “Não estamos sendo
ouvidos. Só nos resta fazer greve em busca de melhorias
salariais.” |
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Manifestação desta quinta-feira (9)
integra Dia Nacional
de Lutas - Foto: Antonio
Cruz/ABr |
Fonte: Brasil de Fato, Luciene Cruz, da Ag. Brasil, 9/8/12.