Servidores e estudantes bloqueiam entradas do Planejamento e conseguem
reunião
Em manifestação
pacífica e bem humorada, os servidores federais e estudantes fecharam
nesta quinta-feira (19) as entradas do Bloco K da Esplanada, prédio
principal do Ministério do Planejamento, reivindicando serem recebidos
pela ministra Miriam Belchior.
Desde às 5 da manhã, já formavam cordões humanos em frente às portas
do edifício, bloqueando a entrada dos funcionários. Quem chegava para
trabalhar era recebido pelos manifestantes que cantavam: “Hoje é seu
dia folga, hoje é seu dia de folga, ninguém vai trabalhar, se o
governo não negociar”.
Durante toda a manhã cerca de mil manifestantes, entre trabalhadores e
estudantes, participaram do ato se revezando no cordão. Fazendo
paródia de sucessos musicais, reivindicavam mais verbas para os
serviços públicos, melhores condições de trabalho para os servidores e
a aplicação imediata dos 10% do PIB na Educação Pública. Com humor,
destacavam também o acordo feito com a polícia militar, que cercou a
área, inclusive com a tropa do batalhão de choque. “Ui, que delícia,
fechamos a porta com a ajuda da polícia”, cantarolavam.
O ato foi organizado pelas três centrais sindicais (CSP-Conlutas, CTB
e CUT) e pelos sindicatos ANDES-SN, Fasubra, Sinasefe, Condsef e o
Comando Unificado de Greve dos Estudantes (CNGE), responsáveis pelas
atividades desta semana, em Brasília, do Fórum das Entidades Nacionais
dos Servidores Públicos Federais (SPF). Desde segunda, os
trabalhadores montaram acampamento na Esplanada, que será encerrado
nesta sexta (20), com a plenária unificada dos SPF.
Após muita
negociação das entidades com a chefe de Divisão da Coordenação Geral
do Planejamento, Sueli Avelino da Silva, os representantes das sete
entidades e um do Comando de Greve dos Estudantes, foram recebidos
pelo Secretário Executivo Adjunto da pasta, Valter Correia da Silva, e
pelo Secretário de Relações do Trabalho, Sérgio Mendonça.
“Só o fato
deles nos receberem já mostra a vitória do nosso movimento. Eles sabem
que não iríamos sair daqui enquanto a reunião não acontecesse”,
observou Josevaldo Cunha, que representou o ANDES-SN. Segundo ele, as
entidades cobram do governo a abertura de negociações em relação à
pauta geral dos SPF.
“Muito se
tem lido na imprensa, mas até agora o governo não disse nada
oficialmente aos servidores. Não podemos nos basear apenas nessas
informações. Queremos ouvir do governo o que eles têm a dizer aos
trabalhadores do funcionalismo público”, disse Paulo Barela, da
CSP-Conlutas.
Na reunião, os representantes do governo disseram que até 31 de julho
devem apresentar respostas ao funcionalismo. Ressaltaram também não
serem verdadeiras as informações publicadas de que só os docentes e os
militares terão reajustes salariais, mas que não tinham como antecipar
nenhuma negociação.
Participaram da mesa representando os trabalhadores e os estudantes
Luiza Carrera (CNGE), Davi Lobão (Sinasefe), Paulo Henrique dos Santos
(CUT), João Paulo Ribeiro (CTB), Paulo Barela (CSP-Conlutas),
Josevaldo Cunha (ANDES-SN), Maurício Scotelaro (Condsef) e Janine
Vieira (Fasubra).
Fonte:
ANDES-SN