Reitoria da Uerj corta o ponto dos professores substitutos
Em retaliação à greve realizada pelos professores da Universidade
Estadual (do Estado) do Rio de Janeiro, a reitoria da Uerj cortou o
ponto dos professores substitutos da instituição referente ao período
de 17 de julho e o primeiro dia do calendário de 2012-2. Como forma de
amenizar a situação dos colegas substitutos, a assembléia da Asduerj,
realizada no último dia 14/9, aprovou a criação do Fundo de
Solidariedade cujos recursos serão repassados aos prejudicados.
Para a diretoria da Asduerj, o corte do ponto “agrava em proporções
incomensuráveis o flagrante descumprimento da lei 4.599/2006,
patrocinado pelo reitor da Uerj, Ricardo Vieiralves, ao autorizar
pagamento dos professores substitutos em patamares inferiores aos
vencimentos do nível de professores auxiliares da Uerj.”
Essa medida desrespeitosa aos professores substitutos, que respondem
por 40% da carga horária de graduação e representa 1/3 do total de
professores na UERJ, se constitui em uma prática antissindical,
devendo ser denunciada e veementemente repudiada. Ao contrário dos
professores pertencentes ao quadro efetivo, os substitutos não têm
garantidos alguns direitos trabalhistas e recebem salários inferiores
ao mínimo previsto na lei. Para a Asduerj, essas contratações têm sido
utilizadas, durante anos, “como fonte de economia e
desresponsabilização do governo estadual com a qualidade do ensino
superior.”
Àqueles que puderem e desejem contribuir com os colegas substitutos da
Uerj poderão realizar o depósito através da Conta Poupança: Bradesco-
Ag.6897-7. Conta 1000037-8. Para os que optarem pela transferência por
DOC, será necessário informar o CNPJ da Asduerj: 30.494.561.0001-55. O
fundo funcionará entre os dias 14/09/2012 e 23/03/2013 e se houver
algum excedente, este será revertido para a Asduerj.
Entenda o caso
Os professores substitutos da Uerj não têm sequer um contrato formal.
A cada semestre eles têm sua carga horária realocada em disciplinas de
acordo com as necessidades dos departamentos. Então, todo o semestre
há uma espécie de recondução desses docentes.
Alegando possíveis problemas futuros com o Tribunal de Contas do
Estado, o reitor se recusou a fazer essa alocação durante a greve já
que não haveria aulas. O argumento é frágil já que em outras greves
houve a recondução sem que houvesse qualquer questionamento do TCE.
Na última segunda-feira (17), na sessão do Csepe que aprovou o novo
calendário acadêmico, o reitor assinou um Ato Executivo de Decisão
Administrativa autorizando que os diretores da unidade acadêmica
convocasse os substitutos para novos contratos de 21 dias (o tempo que
restava para finalizar o primeiro semestre letivo de 2012). Na
prática, esses docentes ficarão sem o pagamento dos meses em que durou
a greve. Para a Asduerj o que ocorreu, na prática, pode ser chamado de
corte de ponto.
Fonte: ANDES-SN, 20/9/12.