ONU: Mundo precisa de mais de 1,7 milhão de professores
Documento também defende que profissionais sejam valorizados
Aproximadamente
1,7 milhão de professores é o número necessário para que o planeta
alcance a educação primária em sua totalidade até 2015, é o que
afirmou a ONU na última sexta-feira, 5. A educação primária universal
é o segundo dos oito "Objetivos de Desenvolvimento do Milênio" (ODM),
documento elaborado pela ONU em 2000, e que aponta para as principais
metas que os países devem ter para combater os principais problemas
mundiais. No Brasil o documento é conhecido como “8 Jeitos de Mudar o
Mundo”.
Na parte do
documento referente à educação, a organização também ressaltou a
necessidade de que, para alcançar os objetivos do setor, é fundamental
que os professores sejam valorizados, tenham seus direitos garantidos,
salários justos, autonomia, entre outros. “Neste dia, nós chamamos
para a criação de ambientes de ensino, adequada formação de
professores e garantias para os direitos dos professores. Temos que
quebrar o ciclo vicioso de declínio de condições profissionais para os
professores, a fim de melhorar a qualidade de aprendizagem para todos.
O mundo espera muito dos professores – eles, por sua vez, têm o
direito de esperar o máximo de nós”, declararam os representantes da
ONU na data, que, por sinal, foi escolhida em homenagem ao Dia Mundial
dos Professores.
A declaração foi
apresentada pela diretora-Geral da Organização das Nações Unidas para
a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), Irina Bokova; pelo Diretor
Executivo do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Anthony
Lake; pela Administradora do Programa de Desenvolvimento das Nações
Unidas (PNUD), Helen Clark; pelo Diretor-Geral da Organização
Internacional do Trabalho (OIT), Guy Ryder; e pelo Secretário-Geral de
‘Education International’, Fred van Leeuwen, representante das
organizações de professores em todo o mundo.
Valorização
Para o presidente
da SEDUFSM e 3º secretário do ANDES-SN, Rondon de Castro, o déficit de
professores é um resultado lógico da falta de investimento no setor.
“Hoje, aqui no Brasil, nós vemos que os professores só ganham o mínimo
que a lei exige porque vão para as ruas, fazem greves e muitas
manifestações. Se depender dos governantes, que ainda esperneiam para
não pagar o que é de direito dos trabalhadores, se depender dessas
pessoas, os professores terão um salário ainda mais de fome do que já
tem. Além disso, tem o sucateamento da infraestrutura das escolas”,
declarou Rondon.
Sobre a educação
superior, na opinião de Rondon, a situação é semelhante, visto que não
é atrativo seguir a carreira acadêmica como docente. “Hoje, depois que
você se forma, com todos os ataques aos docentes federais, é muito
mais vantajoso ir para o mercado de trabalho. É comum ouvir docentes
afirmarem que se estivessem trabalhando na sua área no mercado,
estariam ganhando mais. O que segura essas pessoas na academia é
justamente o amor pela docência e a vontade de formar novos sujeitos
críticos, e quem faz isso é a universidade e não o mercado”, concluiu
o professor.
Fonte: ONU,
edição: Rafael Balbueno, Ass. de Imprensa da SEDUFSM.