Na UFRRJ, Reitoria colhe protestos após expansão sem critérios
Estudantes ocupam Hotel Universitário e reivindicam alojamento
feminino
No último dia 13 de abril, estudantes da Universidade Federal Rural do
Rio de Janeiro, sob a liderança da gestão “Cantamos, gritar só não
basta!” (DCE/UFRRJ), realizaram um ato público na instituição
(veja o vídeo do DCE:
http://vimeo.com/40488576). Após, eles ocuparam o Hotel
Universitário e ali instalaram, de forma ordeira e pacífica, um
alojamento feminino. De acordo com o informativo do Diretório Central
dos Estudantes, a ideia “surgiu ao sabermos que já havia uma licitação
para a construção de novo hotel e que a construção de novos
alojamentos femininos não é prioridade para a administração superior.
Assim, essa ocupação constituiu-se como uma medida emergencial,
objetiva e ousada, que tem culminado numa maior conscientização
estudantil. Seu objetivo é dar visibilidade a esse grave problema e
exigir da Administração Superior que o trate como prioridade e busque
soluções”.
Cartazes exibidos em janelas do hotel, provisoriamente funcionando
como alojamento feminino.
Em nota publicizada na Internet, os discentes afirmam que “somente
neste período mais de 300 mulheres pleitearam vaga nos alojamentos,
entretanto, somente 25 vagas foram disponibilizadas no edital de
abertura. A Reitoria não sinaliza a construção de novos alojamentos
femininos e tudo que consegue propor é a transformação do M1
(masculino) em F (feminino). Isso para nós é uma forma de fugir do
problema, criando inclusive problemas futuros” (http://kizombarj.blogspot.com.br/2012/04/nota-do-dce-rural-sobre-mobilizacao-e.html#!/2012/04/nota-do-dce-rural-sobre-mobilizacao-e.html).
Nesta semana, uma comissão discente reuniu-se com representantes da
Reitoria para reivindicar que o Conselho Universitário aprecie a
proposta estudantil, que é garantir que o hotel se torne, de fato, um
alojamento feminino.
O REUNI na UFRRJ
A Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ, assim
como outras instituições do ensino superior, integrou o
Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das
Universidades Federais (Reuni). Conforme o decreto
governamental nº6096/2007, que determinava, entre outros
quesitos, a ampliação das vagas e a criação de novos cursos de
graduação, a Rural elaborou o seu Plano de Reestruturação e
Expansão – PRE (disponível em
http://www.ufrrj.br/portal/modulo/home/pdf/mpre.pdf). De acordo
com o documento, “projeta-se que sejam criadas 1085 novas vagas
de ingresso por ano”, considerando “a criação de novos cursos de
graduação e o aumento de vagas em cursos que a Instituição já
oferece”.
À época em que o governo e as reitorias enfatizavam
positivamente a ampliação do número de vagas no ensino superior,
o ANDES - Sindicato Nacional denunciava os termos do decreto,
indicando que as Universidades não possuíam infraestrutura
adequada para receber novos estudantes. Poucos anos após a
implantação do REUNI, os problemas previamente sinalizados
começam a tomar vulto. Recentemente, a comunidade do
Departamento de Geociências e do ICHS denunciou a falta de
infraestrutura adequada ao ensino na UFRRJ (vejam ADUR INFORMA
151 -
http://www.adur-rj.org.br/5com/adurinforma/adurinforma151.pdf).
Protesto da comunidade da Geociências que denuncia condições de
trabalho precárias.
A ADUR-RJ já havia denunciado alguns dos problemas trazidos pelo
REUNI em suas publicações. Em uma edição, manifestou
solidariedade aos professores e estudantes do campus da UFRRJ em
Três Rios
(http://www.adur-rj.org.br/5com/adurinforma/adurinforma133_encarte.pdf)
e também ouviu uma corajosa docente que expôs as dificuldades do
seu cotidiano após o aumento de vagas e criação de novos cursos
na Universidade (http://www.adur-rj.org.br/5com/adurinforma/adurinforma135.pdf).
Além disso, a seção sindical realizou assembléias e expôs a
pauta local de reivindicações dos professores (http://www.adur-rj.org.br/5com/adurinforma/adurinforma146_encarte.pdf).
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