Em declaração, Ministro admite
ser difícil atender meta de 10% do PIB para a educação
Em evento realizado dia 8/5 no Rio de Janeiro, o ministro da educação,
Aloizio Mercadante, deixou clara a improbabilidade de que sejam
atendidas as reivindicações que pedem 10% do Produto Interno Bruto
(PIB) investidos no Plano Nacional de Educação (PNE – PL 8035/10 do
Executivo). Para Mercadante, o investimento de tal percentual seria
“mais ou menos como pedir mais um MEC (Ministério da Educação) dentro
do MEC”. A afirmação do ministro faz referência aos atuais 5% que
união, estados e municípios aplicam juntos no setor. Na mesma ocasião,
Mercadante mostrou se favorável a proposta que gira entre 7%, do
projeto inicial do governo para o PNE, e 8%, parte do atual projeto.
Outro ponto abordado por Mercadante foi o direcionamento de recursos
de outras áreas para a educação. Para do ministro, o repasse de 30%
dos recursos obtidos na exploração do Pré-Sal para a educação poderiam
facilitar a aprovação do PNE.
A declaração do ministro da educação, contudo, não foi bem recebida
por algumas entidades da educação. Para Heleno Araújo, secretário de
assuntos educacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores em
Educação (CNTE), o país pode ir além dos 8% oferecidos. Além disso,
segundo o secretário, apontamentos do Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) já avaliaram como
insuficientes os 8% apresentados.
No que se refere à utilização de recursos de outros setores, o
coordenador estadual da Campanha Nacional pelo Direito à Educação,
Maurício Fabião, não tem acordo com o ministro. Segundo Fabião, a
proposta da campanha é de que 50% dos royalties do petróleo já
explorado sejam investidos na educação. Os recursos do Pré-Sal, dessa
forma, não devem ser a única fonte de investimento extra, justamente
pela falta de perspectiva do início da exploração.
Um argumento em especial, contudo, permeia tanto a opinião de Heleno
Araújo quanto de Maurício Fabião. Em ambos, fica a impressão de que
falta vontade política para aumentar o percentual de investimentos na
educação. Para isso, segundo Fabião, é necessário que recursos já
existentes sejam remanejados para o setor.