MEC fecha universidade São Marcos e investiga denúncias contra Unip
O Ministério da
Educação (MEC) decidiu descredenciar a Universidade São Marcos, de São
Paulo, após verificar inúmeras irregularidades na oferta de cursos. O
MEC investiga também denúncias contra a Universidade Paulista (Unip) e
decidiu instalar uma auditoria para aprofundar as investigações na
instituição.
São Marcos
Segundo
informação divulgada pelo MEC, entre as irregularidades verificadas
estão “a falta de ato de recredenciamento da instituição, o
descumprimento de medida cautelar de suspensão de novos ingressos e
das medidas de saneamento determinadas pelo MEC em 2011 durante o
processo de supervisão, constatação de inviabilidade financeira e
desorganização acadêmica e administrativa da instituição”.
O
descredenciamento significa, na prática, o encerramento das atividades
da São Marcos. Os cerca de 2 mil alunos da instituição devem ser
transferidos para outras faculdades. A São Marcos tem 90 dias para
providenciar a mudança e entregar toda a documentação acadêmica aos
alunos.
Unip
De acordo com
denúncias encaminhadas ao governo, a instituição estaria selecionando
apenas parte de seus formandos para participar do Exame Nacional de
Desempenho de Estudantes (Enade), com o objetivo de manipular os
resultados da prova, que afere a qualidade dos cursos superiores do
país.
Segundo o MEC, a
decisão foi tomada depois de confrontadas as denúncias de
irregularidades na aplicação do Enade com as alegações apresentadas
pela Unip.
Outra medida
anunciada pelo ministério é a visita de uma comissão de especialistas
para avaliação in loco de todos os cursos da instituição que estejam
em fase de renovação ou de reconhecimento do credenciamento. Em geral,
os cursos não precisam passar por essa etapa de avaliação, se tiverem
nota superior a 3 (em uma escala de 1 a 5) nos indicadores de
qualidade do MEC, como o Conceito Preliminar de Curso (CPC) e o Índice
Geral de Cursos (IGC).
A auditoria será
conduzida pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
(Inep) e pela Secretaria de Regulação e Supervisão do Ensino Superior
do MEC. O prazo para as investigações será de 30 dias, e o trabalho
dos auditores incluirá a análise de documentos da faculdade, como o
histórico escolar de alunos, atas de formaturas e outros.
O ANDES-SN avalia
como positiva a fiscalização do MEC. “Até que enfim o governo está
começando a exercer seu papel fiscalizador, obrigando as universidades
particulares a primarem pela qualidade do ensino”, avalia o 2º
vice-presidente da Regional São Paulo do ANDES-SN, Marco Aurélio
Ribeiro, que também preside a Associação dos Docentes da Universidade
Metodista de Piracicaba (Adunimep).
“Como o ensino
particular funciona como uma concessão do Estado, é dever do governo
ser rigoroso”, argumentou. Ele acredita que devido a essa ação do MEC,
as universidades vão melhorar a qualidade dos cursos e deixar de fazer
maquiagens no Enade (Exame Nacional de Desempenho do Estudante), como
a Unip é acusada de fazer. “O empresário deve ter responsabilidade com
a educação que oferece e não pensar apenas em obter lucros”, argumenta
Marco Aurélio.
Com informações
do MEC e da Agência Brasil
Fonte: ANDES-SN,
23/3/12