MEC – um ministério omisso e antidemocrático
O Ministério da Educação (MEC) tem sido motivo de preocupação para a
comunidade acadêmica em todo o país. A falta de protagonismo durante a
greve, que já conta com mais de cem dias de duração, e o descaso com a
falta de condições de trabalho e ensino nas IFE demonstra que a
educação pública de qualidade não está entre as prioridades do
governo. O que será prioridade então? O MEC parece que não se dá conta
da pauta da greve, que inclui dois pontos de fundamental importância
para a soberania da nação: carreira do magistério na educação federal
e condições de trabalho nas IFE.
A coisa pública não está sendo tratada com zelo pelo governo federal
-- o que demonstra a legitimidade das denúncias feitas durante a
greve. A atualidade da pauta, ainda não negociada com o governo, é a
razão do prolongamento da greve. De forma coerente os docentes
continuam em greve, até que o governo se posicione com respeito. O MEC
investe na omissão, confiante de que a categoria será vencida pelo
cansaço. Reconhecer a pauta da greve como legítima será uma
fragilidade para os planos eleitoreiros do governo federal. O
ex-ministro da Educação, Fernando Haddad, é candidato a prefeito do
município de São Paulo (SP) e a precarização foi acentuada em sua
gestão como ministro. Está claro para a comunidade acadêmica que o
governo investe na desestruturação da carreira para subjugar os
professores da educação federal, que tem de forma responsável e
legítima, feito denúncias para a preservação dos princípios de
educação pública, gratuita, de qualidade e socialmente referenciada.
Para que os planos de perpetuação do poder se fortaleçam, o governo
vai continuar investindo contra os professores da rede federal de
ensino, e a estratégia do governo é desestruturar a carreira e fazer
com que os(as) professores(as) sejam acríticos(as) e
despolitizados(as). Na sequência, os alunos(as) de todo o país
passarão por um processo de formação em que a alienação será o
resultado mais frequente. A solução para a greve está nas mãos do
governo, que deverá deixar de ser omisso e encarar, com coragem, a
legítima pauta do movimento paredista. Quando a educação for
prioridade para o governo federal, as greves não mais acontecerão,
isto tem que estar claro para a sociedade brasileira.
Nota do CLG/UFRRJ