MARINA BARBOSA DESPEDE-SE DA PRESIDÊNCIA DO ANDES-SN
 

No 57º Conad, ex-presidente faz avaliação positiva da gestão

Após dois anos a frente do ANDES-SN, Marina Barbosa deixou a presidência do sindicato na última quinta-feira, 21. Ao centro da mesa de abertura do 57º Conselho do ANDES-SN (Conad), a sindicalista não escondeu a emoção ao lembrar-se dos filhos e da compreensão destes com as muitas viagens, reuniões, entrevistas e afins do cargo ocupado pela mãe.

As viagens, aliás, foram muitas, e Marina faz um balanço positivo disso, ressaltando que a retomada do trabalho de base era justamente a principal meta da gestão. “No 55º Conad dizíamos ‘nós precisamos voltar um pouco mais para dentro da categoria, ouvir essa categoria, elaborar pautas com as quais a categoria se identifique’, e aí nos dedicamos a isso em grandes reuniões, em reuniões nos locais, em viagens, em elaboração, em ouvir profissionais da área de comunicação, em trabalhar em uma perspectiva de, de fato, fazer a ponte com o professor, e isso deu certo”, explica a ex-presidente. Além disso, Marina também avalia como positiva a resposta da direção aos desafios postos no momento da posse, como a ameaça ao registro sindical da entidade, por exemplo.

A partir desse 57º Conad, Marina passa a presidência do ANDES-SN para Marinalva Oliveira, que, em seu discurso de posse, definiu a nova gestão como uma gestão de “continuidade política”. Marina também faz parte da nova gestão como 1ª Conselheira.

Entrevistamos a ex-presidente ANDES-SN, Marina Barbosa, após a primeira plenária do 57º Conad, que segue com suas atividades até o próximo domingo, 24, na cidade de Parnaíba, Piauí. A entrevista na íntegra você confere abaixo.

Pergunta: Qual a sua avaliação da gestão que se encerrou nessa quinta-feira?

Resposta: Nós assumimos o sindicato com desafios enormes. O sindicato com uma ameaça brutal em relação ao seu registro, com uma fragilidade em alguns setores de intervenção do sindicato em função de disputas de agentes do governo, como era o caso das federais, e retomar um trabalho político na base. As decisões dos congressos e dos Conads, em especial o encontro que nós fizemos dos três setores, foram fundamentais para nos subsidiar nisso. Acho que o balanço que a gente tem, foi isso que nós discutimos, é um balanço positivo. Nós avançamos no trabalho de base, legitimamos mais o sindicato, enraizamos o sindicato, avançamos em uma política mais unificada no setor das estaduais, respondemos a demanda das particulares, e no setor das federais o processo de retomada do trabalho num patamar superior de pauta, de caravana, de lutas locais, culminando em um processo de enfrentamento nacional que a gente não tinha há muitos anos. Então nos parece que o balanço que a gente tem dos eixos centrais que nós tiramos é positivo.

Pergunta: Pode se dizer, então, que o trabalho de base foi o carro chefe da gestão?

Resposta: Isso. Fundamentalmente aquela inflexão que a gente anunciou no 55º Conad, que dizíamos “nós precisamos voltar um pouco mais para dentro da categoria, ouvir essa categoria, elaborar pautas com as quais a categoria se identifique”, e aí nos dedicamos a isso em grandes reuniões, em reuniões nos locais, em viagens, em elaboração, em ouvir profissionais da área de comunicação, em trabalhar em uma perspectiva de, de fato, fazer a ponte com o professor, e isso deu certo.

Pergunta: Nesse período a frente do ANDES-SN, a senhora viajou aos mais diversos lugares do país, dialogando com diferentes seções sindicais e conhecendo a realidade das universidades brasileiras de norte a sul. Depois de todo esse processo, é possível apontar qual o problema central da educação de nível superior no Brasil?

Resposta: O que a gente percebe claramente é que há um fio condutor desse processo, que unifica tudo, seja particulares, estaduais, federais e municipais e que tem a ver com a lógica do processo de trabalho docente, as exigências e a ausência de condições para que essas exigências sejam cumpridas. Há uma alteração na gestão do nosso processo de trabalho envolvendo corte de financiamento, exigência de um tipo de perfil de professor para um tipo de educação que hoje se exige no Brasil, no cenário atual de inserção do Brasil na economia mundial, e, portanto, uma alteração do papel dessas instituições de ensino. Sendo assim, o que a gente viu que é comum de um canto a outro desse país é uma desvalorização do trabalho docente, uma descaracterização desse trabalho docente do ensino superior, com a indissociabilidade do ensino, da pesquisa e da extensão e somado a isso uma ausência de condições para ensinar e para aprender. Você tem um processo de propaganda midiática de que tudo cresce, de que tudo é democrático, de que tem mais gente nas universidades públicas e nas privadas, só que a gente verifica claramente que esse processo é um processo que não se efetiva com qualidade e que não permite de fato que isso possa garantir que o ensino, que a pesquisa e a que extensão vá acontecer.

 

Texto: Rafael Balbueno

Assessoria de Imprensa da SEDUFSM

23/6/12.

 


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