Mais de 150 mil protestam em Londres contra política de cortes
Mais de 150 mil
pessoas de diversas partes da Inglaterra tomaram as ruas de Londres no
sábado (20) para manifestar contra a política de cortes que vem sendo
adotada pelo governo do primeiro-ministro David Cameron. A estimativa
é dos organizadores do ato. Manifestações também ocorreram nas outras
capitais do Reino Unido, como Belfast (Irlanda do Norte) e Glasgow
(Escócia).
Trabalhadores na
ativa e aposentados de diversas categorias, como professores,
enfermeiros, construção civil e bombeiros participaram do ato, que
reuniu também estudantes, trabalhadores comunitários e de organizações
não-governamentais.
Com cartazes e
faixas que pediam o fim dos cortes e das medidas de austeridade, os
manifestantes criticaram o plano econômico adotado pelo governo
conservador para combater a recessão, com políticas que retiram
direitos da classe trabalhadora, aumentam o desemprego e precarizam
serviços públicos essenciais, como saúde e educação.
Brendan Barber,
secretário-geral da central sindical Trade Union Congress (TUC), que
representa mais de 6 milhões de trabalhadores, afirmou que os cortes
“estão atingindo os mais pobres e vulneráveis”.
“Temos uma
mensagem clara e forte para o governo. A austeridade não está dando
certo. Está atingindo nossos empregos, nossos serviços, nosso padrão
de vida”, protestou.
“O governo vem
tornando a vida desesperadamente difícil para milhões de pessoas ao
cortar o salário dos trabalhadores, enquanto beneficia os ricos com
cortes nos impostos”, denunciou Barber.
Dave Prentis,
líder do maior sindicato do funcionalismo público britânico, o Unison,
afirmou que as políticas do governo têm resultado na demissão de
milhares de funcionários públicos.
“Nós estamos
lutando por um futuro melhor. Nós não estamos aqui hoje pelos
milionários, nós estamos aqui pelos milhões de pessoas que não têm
voz. Não podemos mais suportar essa situação”, declarou Prentis.
Len McClusky,
líder do Unite, que representa mais de 3 milhões de trabalhadores,
declarou que milhares de pessoas estão sendo empurradas para a
pobreza, por um governo que está mais interessado em sustentar a
“elite” do país.
Representantes de
diversas entidades conclamaram os trabalhadores a se unirem em uma
greve geral. A TUC declarou que já está consultando suas entidades
filiadas e também demais sindicatos sobre a viabilidade de realizarem
a paralisação no dia 14 de novembro, dia em que diversos países da
União Européia realizam greve geral para marcar o dia de luta contra a
austeridade.
*Com informações do TUC, jornal The Independent e agências.
Fonte: ANDES-SN, 22/10/12.