Justiça decide pela legalidade da greve na Uern
A desembargadora
convocada Sulamita Pacheco decidiu indeferir o pedido de liminar
impetrado pelo Governo do Estado e considerou a greve na Universidade
do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) como legal. O Governo acionou
o Judiciário na última sexta-feira, 25, no mesmo dia em que segmentos
da Universidade realizaram uma manifestação em uma visita da
governadora a Pau dos Ferros.
Antes de apreciar
a liminar, a magistrada achou necessária a realização de uma audiência
de conciliação. No entanto, não houve acordo, já que o Governo do
Estado continuou com o discurso do impedimento do reajuste em virtude
da Lei de Responsabilidade Fiscal. Na oportunidade, as categorias
mostraram ao Judiciário o real motivo da greve, que só aconteceu
porque o Governo não cumpriu acordo firmado em setembro do ano
passado.
A desembargadora
convocada acatou as explicações das categorias e, em seu sua decisão,
reconheceu o descumprimento do acordo firmado. “A greve que hora se
analisa não possui ilegalidade que se possa enxergar neste momento
processual, exatamente por ser uma reação às condições de trabalho e o
exercício do direito de auto-defesa de categorias”.
Ela acrescentou
que é necessário reconhecer a necessidade de fortalecimento da
categoria dos professores, base da sociedade, bem como os direitos dos
docentes de reivindicar melhores condições de trabalho, o que resulta
no fortalecimento da educação. Sulamita Pacheco concluiu afirmando
“Não vejo como o Poder Judiciário calar neste momento, este grito, que
busca a efetivação de um Estado democrático livre, igualitário e
justo”.
O professor
Flaubert Torquato, presidente da Associação dos Docentes da Uern
(Aduern Seção Sindical), afirmou que a decisão da desembargadora
convocada implica que ela teve discernimento que a greve é justa
porque o governo descumpriu o acordo firmado com as categorias.
Suspensão dos
salários
Na noite da
última terça-feira, após depositar os salários dos servidores na conta
da Uern, o Governo do Estado mandou suspender o pagamento, apostando
na decretação da ilegalidade da greve. Como a Aduern já havia
adiantado, em caso de suspensão de salários sem que a greve fosse
considerada ilegal, o Governo estaria tomando uma atitude ilegal. Da
mesma forma, estaria interferindo na autonomia administrativa da Uern
e o responsável pode responder criminalmente por isso.
A direção da
Aduern, em audiência com a desembargadora convocada realizada na manhã
de hoje, 30, foi informada que o Governo do Estado já foi intimado com
relação à decisão preliminar do Judiciário e que deve regularizar o
pagamento dos salários. Agora entidade aguarda o cumprimento da
decisão judicial por parte do governo. Caso a administração descumpra,
a desembargadora irá tomar as medidas cabíveis.
Assembleia
Nesta
quinta-feira, 31, às 9h, no auditório da Faculdade de Medicina, os
professores irão se reunir em Assembleia para avaliar o movimento
paredista.
Ato Público
Ao mesmo tempo em
que era realizada a audiência de conciliação no TJRN, do outro lado da
Praça 7 de Setembro em Natal, os servidores públicos do estado
protestavam contra o Projeto de Lei de Privatização e Terceirização
dos Serviços Públicos.
O projeto deveria
ter sido votado ontem, 29, pela Comissão de Constituição e Justiça da
Assembleia Legislativa. No entanto, a reunião acabou não ocorrendo por
falta de quorum. Os servidores aproveitaram para cobrar do Governo do
Estado o cumprimento de acordos firmados com as categorias.
Participaram do
ato: Aduern, Sintauern, Sinai, Sinte, Sindsaúde, Sinmed, Sintern,
Sindfern e Soern.
Manifestação
Os professores da
Uern participam hoje, 30, de manifestação dos professores da
Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa), que estão em greve
pela reestruturação da Carreira Docente. A manifestação será realizada
às 16h, na Praça do Pax.
Fonte: Aduern -
Seção Sindical, 30/5/12.