GT Carreira não avança e ANDES-SN comunica indicativo de greve para 17
de maio
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O ANDES-SN,
governo e demais entidades do setor da educação se reuniram nesta
quarta-feira (25) para dar continuidade aos trabalhos do GT
Carreira, estabelecido no acordo emergencial firmado em 2011.
Como definido
na reunião anterior (19/4), foram debatidos a estrutura da
carreira – níveis e classes -, progressão e enquadramento. O
ANDES-SN apresentou uma síntese de sua proposta, argumentando os
motivos e experiências anteriores que levaram a entidade a propor
a carreira do professor federal com 13 níveis, 2 anos de
interstício e 5% de steps, com relação entre piso e teto de 3,1 e
com uma linha só no contracheque.
Os diretores
do ANDES-SN enfatizaram a necessidade de que a reestruturação
permita uma carreira sólida, atrativa tanto para entrada quanto
permanência e que respeite a natureza artesanal do fazer
acadêmico.
“Precisamos
pensar numa carreira em que todos possam ter certa tranquilidade
de que ela perdurará, será de décadas, para induzir a um processo
de relação permanente com ela e com a instituição”, ressaltou
Marina Barbosa, presidente do ANDES-SN. |
Dulce Tristão,
representante da Secretaria de Ensino Superior do Ministério da
Educação (Sesu/MEC), afirmou que a proposta do governo continua
inalterada até o momento, mas que existiam pontos que estavam sendo
reavaliados, o que não significava necessariamente uma mudança.
Ela disse que há
uma forte inclinação em retirar a proposta de criação da classe
sênior. Outros pontos que estão sendo revistos é o tempo entre uma
avaliação de desempenho e outra (para a progressão de nível) e também
o tempo de permanência do professor no topo da carreira.
A representante
da Sesu/MEC reforçou, no entanto, que permanecem até o momento as duas
carreiras, uma do Magistério Superior (MS) e outra do Ensino Básico,
Técnico e Tecnológico. Para o MS, com quatro classes e dois cargos,
mantendo o professor titular.
Cobrada em
relação à proposta para Ebtt, uma vez que o representante oficial da
Setec não estava à mesa, Dulce disse que o governo vem discutindo as
mesmas diretrizes de piso e teto para as duas carreiras, observando as
mesmas classes e níveis do MS, mas que o governo ainda estuda fatores
para promoção e progressão para os docentes dos Institutos Federais.
“O que se percebe
é que o governo está cristalizado numa posição. Os argumentos se
somam, convergem, mas a posição continua cristalizada na proposta
anterior. Estamos avançando muito pouco, o debate é muito bom, mas na
hora do fechamento, não se avança”, disse Luiz Henrique Schuch, 1º
vice-presidente do ANDES-SN.
Marina ressaltou
que lamentava enormemente a forma como as negociações estavam sendo
conduzidas, uma vez que a impressão que se tinha é de estar
vivenciando um momento que se assemelhava ao das oficinas, onde foram
expostas as propostas, mas nada se negociou efetivamente.
A presidente do
Sindicato Nacional destacou a profunda insatisfação e indignação da
categoria pelo descumprimento do Acordo no que diz respeito a prazo
conclusivo sobre a reestruturação de carreira, a postura intransigente
que os representantes do governo têm demonstrado, o que tem implicado
em descaracterização do processo de negociação, exigindo uma mudança
de postura e agilidade no calendário.
“Fizemos um
balanço do processo e o que avaliamos é que até agora o governo está
irredutível, o que nos coloca numa situação difícil. No dia 19,
realizamos paralisação da categoria com muita consistência e
integramos a paralisação coletiva dos servidores hoje, fazendo
debates, aulas públicas e manifestação nas universidades”, disse ela.
Marina comunicou
que a categoria abriu a discussão do indicativo de greve, com
possibilidade de deflagração da paralisação geral a partir de 17 de
maio.
Sérgio Mendonça
tentou justificar a vagarosidade do processo, dizendo que a
reestruturação da carreira docente era algo complexo e que não dava
para ser feito sob pressão do tempo. Informou ainda que, nesse
momento, cabia mais ao MEC que ao Planejamento mover as peças da
negociação. “O Ministério do Planejamento é coadjuvante nessa
história. O MEC é o protagonista”, disse, salientando que o MP
assumirá o protagonismo quando a discussão chegar ao impacto
orçamentário.
Os diretores do
ANDES-SN rebateram o argumento, apontando que o processo de discussão
em torno dos projetos de carreira teve início em agosto de 2010,
quando o governo apresentou sua proposta de reestruturação.
Ressaltaram ainda
que os docentes já tinham experiência recente em relação ao discurso
da LDO e o prazo de 31 de agosto e que não iam esperar até o final de
julho para ouvir que não ocorrerão mudanças com impacto já para 2013.
“A reestruturação
da carreira envolve dinheiro sim. Não é apenas uma questão financeira,
mas passa por isso e tem que estar previsto no orçamento. Logo, a LDO
é a espada do tempo nessa mesa”, disse Marina.
Num clima de
muita tensão, Marcela Tapajós, representante da SRT/MP, questionou o
indicativo de greve para 17 de maio, dizendo que houve compreensão de
que havia sido repactuado na mesa estender o prazo para 31 de maio e
deu a entender que isso traria conseqüências para aquela mesa.
Os diretores do
ANDES-SN disseram que o nível de descontentamento da categoria com o
processo é muito grande e crescente, uma vez que o governo não cumpre
seus prazos e as negociações não avançam.
Os representantes
do governo propuseram uma próxima reunião para o dia 15 de maio, data
que foi questionada pelo ANDES-SN, tendo em vista a agenda deliberada
pelo Setor das Ifes, com reunião no dia 12 de maio para discutir a
deflagração da greve.
O ANDES-SN
insistiu para que o próximo encontro com os representantes da SRT/MP e
da Sesu/MEC no dia 11 de maio. O governo ficou de estudar sua agenda,
mas a princípio manteve o dia 15.
Fonte: ANDES-SN,
25/4/12.