GOVERNO SANCIONA LEI QUE CRIA 77 MIL CARGOS EM IFES
Novos cargos para
docentes e TAEs abrangem universidades e Ifets
Em lei sancionada
nesta terça, 26, o governo federal cria 77.178 novos cargos efetivos,
de direção e funções gratificadas no âmbito do Ministério da Educação.
A Lei nº 12.677, publicada no Diário Oficial da União, abarca
Universidades e Institutos Federais. Dessas vagas, 56% são para
docentes, sendo 19.569 para professores de terceiro grau (carreira do
magistério superior) e 24.306 para cargos efetivos de professor do
ensino básico, técnico e tecnológico. Além disso, a lei cria novos
27.714 cargos para técnico-administrativos em educação (TAEs) e 1.608
cargos de direção, organizados em quatro categorias diferentes. Novas
3.981 funções gratificadas, divididas em três categorias, também foram
criadas.
Assinada pela
presidente Dilma Rousseff, a Lei extingue 2.751 cargos de TAEs e 2.013
funções gratificadas de categorias inferiores às criadas nesta terça.
A lei estipula que os cargos efetivos serão distribuídos pelo
Ministério do Planejamento, atendendo aos acordos feitos pelo
Ministério da Educação com cada universidade ou instituto. Já a
distribuição dos cargos de direção e funções gratificadas será feita
pelo MEC. Porém, o número de funções gratificadas não pode passar de
10% do total de cargos na instituição e apenas servidores públicos
federais poderão ser nomeados para as funções (antes, isso não estava
especificado na lei que fala sobre o tema). Além disso, a criação de
novas unidades e das vagas "dependerá da existência de instalações
adequadas e de recursos financeiros necessários ao seu funcionamento".
Expansão
Segundo o texto,
"os cargos e funções criados por esta lei destinam-se às instituições
federais de ensino superior, institutos federais de educação, ciência
e tecnologia, ao Instituto Nacional de Educação de Surdos, ao
Instituto Benjamim Constant, às escolas técnicas e colégios de
aplicação vinculados às instituições de ensino superior, aos centros
federais de educação tecnológica e ao Colégio Pedro II".
Os cargos poderão
ser distribuídos para as instituições que já estão em funcionamento,
mas também para unidades, campi e instituições que ainda não foram
criadas. O texto ainda dá ao Colégio Pedro II a mesma autonomia dos
institutos federais e permite a expansão do colégio federal, que agora
passa a ser uma instituição "multicampi".
Precarização
Para o presidente
da SEDUFSM e diretor do ANDES-SN, Rondon de Castro, não basta aplaudir
a deliberação do Congresso Nacional e posterior sanção presidencial do
projeto que cria novos cargos. “Esse projeto tem um atraso de pelo
menos um ano. Nesse período, as universidades sofreram com a falta de
professores e de técnico-administrativos, gerando uma precarização que
afetou milhares de estudantes em todo o país, que ingressaram através
do Reuni acreditando que encontram instituições com ensino de
excelência”.
Rondon lembra
ainda que, embutido no projeto aprovado, está a criação de cargos para
tocar programas, como por exemplo, o Pronatec, cujo objetivo é
estabelecer uma parceria mais intensa com entidades que trabalham com
ensino profissionalizantes, como Sesi e Senai. “O governo vai usar
recursos públicos para destinar a entes privados, o que é um absurdo
para quem alega que não possui capital suficiente para, por exemplo,
destinar 10% do PIB para o ensino”, complementa Rondon.
MEC, estudantes e
a expansão
O ministro da
Educação, Aloizio Mercadante, informou nesta terça, 26, durante
audiência com representantes de movimentos estudantis, que criará um
programa de consolidação da expansão das instituições federais de
ensino superior. Dentro do programa, a prioridade será, segundo o
ministro, a assistência estudantil – maior apoio para alimentação e
moradia dos alunos, por exemplo.
Na reunião com o
ministro, os estudantes levaram uma pauta de reivindicações, que
Mercadante se comprometeu a encaminhar para os reitores das
universidades federais e cobrar resposta. “Vamos criar uma comissão
para acompanhar e monitorar a resolução das situações indicadas no
documento, mas sem ferir a autonomia das universidades; o MEC pode
apoiar, acompanhar, fiscalizar e avaliar”, enfatizou.
Para o ministro,
é visão simplista achar que o Programa de Expansão e Reestruturação
das Universidades Federais (Reuni) compromete a qualidade da educação
superior. Em sua visão, a interiorização das universidades permite
reduzir as desigualdades de acesso a essa etapa de ensino.
Fonte: G1 e
Portal do MEC
Edição: Fritz R.
Nunes (SEDUFSM)
27/6/12.