GOVERNO QUER REGULAMENTAR GREVE DE SERVIDOR ATÉ 2015
Planejamento descarta reajustes maiores para ano que vem
Depois de uma das
maiores greves na história do funcionalismo federal, o governo de
Dilma Rousseff prepara-se para estabelecer limites às greves no setor
público federal. E quem está incumbido da tarefa é o secretário de
Relações de Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Arbulu
Mendonça, que assumiu o processo de negociação com os servidores no
início deste ano, após a morte do negociador até então, Duvanier Paiva
Ferreira.
O governo ainda
se depara com resquícios do último movimento paredista, quando medidas
duras foram tomadas no sentido de reprimir o movimento de paralisação.
Até dia 15, a União vai repor os salários cortados dos 18.566
servidores grevistas do Executivo que aceitaram a proposta de reajuste
de 15,8% em três anos e que apresentaram plano de reposição dos dias
parados. A promessa é de Sérgio Mendonça.
Ele joga água
fria nos planos das lideranças sindicais que ainda lutam por reajustes
salariais maiores, pela via do Congresso Nacional, ainda em 2012. E
deixa claro que quem não aceitou a oferta do governo, até 31 de
agosto, terá, daqui para frente, aumentos ainda menores.
“A nossa proposta
não é de arrocho. Apenas não é viável, depois de tudo que foi feito em
nove anos, continuar metendo o pé no acelerador. É absolutamente fora
da realidade uma pauta de reajuste de 30% a 40%, em um país com
estabilidade inflacionária e diante de uma crise internacional”,
assinala.
Em relação à
greve dos docentes das instituições federais, a avaliação do ANDES-SN
foi de que os percentuais concedidos a partir de mudanças na carreira
não cobriam a previsão futura de inflação (2013 a 2015), e, além
disso, trazem grandes prejuízos ao futuro dessa carreira. “Quando se
observa que o Executivo prevê mais de 40% do orçamento federal apenas
para pagamento da dívida pública, passa a ser inaceitável esse
discurso de justificar a falta de reajuste e de investimento nas
universidades calcada na crise internacional”, lembra Rondon de
Castro, presidente da SEDUFSM e diretor do ANDES-SN.
‘Proposta
equilibrada’
Encerradas as
paralisações, o governo começa a alinhavar o projeto de lei de greve
para os servidores, que deverá ser talhado não apenas para a União,
mas também para estados e municípios.
O prazo
estabelecido por Mendonça é 2015, além do atual mandato da presidente
Dilma Rousseff. “Eu diria que temos que ter racionalidade máxima e
frieza para fazer uma proposta equilibrada. Acho que, na sociedade, o
debate não está maduro ainda. Nossa responsabilidade é pensar um
projeto”, argumenta.
Parafraseando
Brizola, o PT é a esquerda que a direita gosta, afirma Rondon de
Castro. Segundo ele, o que o governo FHC e seus aliados do então PFL
não conseguiram, que era elaborar uma lei draconiana para cercear o
direito de greve do funcionalismo, agora será feito pelo governo
petista.
Texto: Fritz R.
Nunes com informações do Correio Braziliense
Ass. de Imprensa da SEDUFSM