Governo tenta aprovar Funpresp de qualquer maneira
Ao mesmo tempo em
que nega reajuste para os servidores em 2012 sob a alegação que não há
previsão orçamentária, o governo encontrou um jeitinho para viabilizar
a criação do Funpresp ainda este ano. O Ministério do Planejamento
enviou para a Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional na
última segunda-feira (13) o projeto do Executivo (PLN 1/12) que abre
um crédito especial de R$ 100 milhões no orçamento da Seguridade
Social para viabilizar a criação do Funpresp.
“Há, portanto,
dois pesos e duas medidas, o que mostra que o governo não negocia com
os servidores por uma decisão política. Não há dinheiro para reajuste,
mas há para privatizar a previdência. E mesmo existindo um impedimento
legal, que era a falta de previsão orçamentária, ao que tudo indica
estão procurando um jeitinho”, avalia a presidente do ANDES-SN, Marina
Barbosa.
Com a
apresentação do PLN 1/12, o governo tenta responder a uma crítica
feita pelos servidores de que o PL 1992/02 não poderia ser votado, já
que não havia previsão orçamentária e não tinha estimativa de impacto
financeiro. Mas, mesmo que o crédito adicional seja aprovado, a
crítica continua válida, pois o PL 1992/02 deveria prever o impacto
orçamentário-financeiro para o exercício em que o Funpresp entrar em
vigor e para os dois anos subseqüentes, caso contrário, estará ferindo
a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
Aporte inicial
De acordo com o
PLN 1/12, os recursos oriundos da reserva de contingência do Orçamento
em vigor vão ser direcionados aos Poderes em uma categoria específica
criada pelo PLN 1/12, a título de adiantamento da contribuição da
União. Esse aporte inicial é necessário para que os fundos não entrem
em operação sem uma fonte de custeio das despesas iniciais, até que
comecem a receber as contribuições dos servidores.
O fundo do
Executivo vai ficar com a maior parte (R$ 50 milhões), e o restante
será dividido igualmente entre os fundos do Legislativo e do
Judiciário.
Divisão
O PL 1992/07
previa, inicialmente, que seriam necessários R$ 50 milhões para
viabilizar o funcionamento do Funpresp, um fundo de pensão único dos
Três Poderes e do Ministério Público da União (MPU). Posteriormente, o
relator do projeto na Comissão de Seguridade Social e Família,
deputado Rogério Carvalho (PT-SE), decidiu dividir a previdência
complementar dos servidores federais em três fundos, com a anuência
dos poderes. O governo refez os cálculos e considerou necessário
dobrar a previsão de aporte inicial.
A ministra do
Planejamento, Miriam Belchior, chegou a solicitar ao Congresso, em
dezembro, que os recursos fossem alocados no projeto de lei do
Orçamento de 2012. Porém, não houve acordo entre os líderes
partidários e o novo Orçamento ficou sem essa dotação.
O PLN/12 será
votado pelo Congresso Nacional depois de receber parecer da Comissão
Mista de Orçamento.
Com informações
da Agência Câmara.
Fonte: ANDES-SN,
15/2/12.