Governo nega recomposição de perdas salariais aos servidores públicos
federais
“22,08% está descartado”, diz
representante do Planejamento
O governo não irá
conceder reajuste linear ao funcionalismo federal e terá dificuldades
em atender os outros pontos da pauta unificada dos servidores públicos
federais. Este foi o recado da Casa Civil ao Fórum das Entidades
Nacionais dos Servidores Públicos Federais (SPF) na reunião realizada
nesta quarta-feira (28) com o secretário das Relações do Trabalho do
Ministério do Planejamento (SRT/MP), Sérgio Mendonça.
O encontro foi
realizado durante a Marcha da Jornada Nacional de Lutas que reuniu
cerca de seis mil servidores na Esplanada. Mendonça disse que a
hipótese de reajuste linear está descartada, e que o governo irá
continuar priorizando as mesas setoriais de negociação.
“Existe uma
manobra cruel do governo em usar o discurso sobre correções das
distorções de algumas carreiras do funcionalismo como desculpa para
negar reajuste linear aos servidores federais. Uma coisa é corrigir as
diferenças históricas, outra é recompor a inflação e conceder reajuste
real à massa salarial do funcionalismo que está defasada há anos”,
observa Marina Barbosa, presidente do ANDES-SN.
O responsável
pela SRT/MP disse que o governo se dispõe a negociar o pacote de
benefícios, mas com possibilidade de impacto em parte para 2013 e
outra para 2014. Com relação à data estipulada pelos SPF de 31 de
março para uma resposta efetiva do governo, Mendonça disse que é
impossível trabalhar dentro desse prazo e sinalizou a possibilidade de
uma conclusão até o final de julho.
“Pretendemos dar
uma reposta até o dia 31 de julho, não necessariamente para atender um
ou outro ponto específico, mas para ver se teremos espaço para avançar
em algo”, informou.
Já em relação à
Seção XXIV do PL 2203/2011, que altera o Regime Jurídico Único no que
diz respeito aos adicionais de insalubridade e periculosidade,
Mendonça afirmou que o governo não irá solicitar a retirada da mesma
do projeto enviado ao Congresso.
“Nós entendemos
que a proposta é muito boa, que ela é correta e que vai no sentido
certo. O governo está muito confiante de que aprova no Congresso”,
disse o representante do Planejamento, em entrevista após a reunião.
Como forma de
pressionar o governo e intensificar a mobilização dos servidores
públicos, o Fórum das Entidades Nacionais decidiu propor um Dia
Nacional de Lutas, com 24 horas de paralisação geral em 25 de abril,
um dia após a próxima reunião entre o Fórum e o governo (24/4), com a
perspectiva de construção da greve geral da categoria para quebrar a
intransigência do governo.
Fonte: ANDES-SN,
28/3/12.