Governo se mantém irredutível diante da corrosão salarial dos
servidores públicos
Mais de R$ 1 trilhão serão gastos com juros da dívida
Apesar de ter
aumentado a previsão da receita em mais R$ 32,1 bilhões em relação ao
projeto enviado pelo Executivo, o relator-geral do Orçamento 2012,
Arlindo Chinaglia (PT/SP) não incluiu qualquer índice de reposição
para os servidores, mantendo apenas a previsão para cobrir as
correções salariais decorrentes dos acordos firmados em 2011 entre as
entidades sindicais e o Ministério do Planejamento.
O cumprimento
desses acordos está previsto no Projeto de Lei (PL) 2203/11, que
envolve várias categorias, inclusive os docentes das Instituições
Federais de Ensino Superior (Ifes) e Institutos Federais de Ensino
Técnico e Tecnológico (Ifets) – 4% a partir de março. O PL 2203/11
atingirá 937,7 mil servidores do governo federal, divididos em
diversas categorias e impactará o orçamento em R$ 1,65 bilhão em 2012.
Recuos
No geral, o
parecer não acrescentou nenhum centavo nos gastos com pessoal: os R$
203,2 bilhões do projeto original foram mantidos pelo relator. No ano
passado, ano eleitoral, por exemplo, o parecer final adicionou R$ 179
milhões para o funcionalismo público.
O relatório do
deputado Arlindo Chinaglia também manteve a mesma previsão para o
pagamento de juros, encargos e amortizações da dívida pública
mobiliária, que totalizam R$ 1,014 trilhão, ou seja, praticamente a
metade do orçamento total, de R$ 2,150 trilhões. “Mais uma vez, é de
se destacar a quantidade de recursos destinados para a amortização e a
rolagem da dívida, que respondem pela metade do orçamento total”,
criticou o 1º vice-presidente do Andes-SN, Luiz Henrique
Schuch.
Fonte: ADUFRJ