Fórum dos SPF define ações em defesa do direito de greve e negociação
coletiva
Representantes
das 31 entidades que compõem o Fórum das Entidades Nacionais dos
Servidores Públicos Federais se reuniram nesta quarta-feira (7) para
discutir estratégias de ação contra os ataques à livre organização dos
trabalhadores e ao direito de greve, especialmente no setor público.
O Seminário
Nacional sobre Negociação Coletiva e Direito de Greve contou com a
presença de mais de 100 dirigentes sindicais. A mesa de abertura foi
composta por José Maria de Almeida, pela CSP Conlutas, e João Paulo
Ribeiro, pela CTB. Representantes da CUT e do Dieese foram convidados
a participar, mas não puderam comparecer à mesa de debates.
As centrais
expuseram seus posicionamentos a respeito dos temas. O dirigente da
CTB apresentou o anteprojeto elaborado pela entidade em conjunto com
outras centrais sindicais para a regulamentação do direito de greve. O
texto foi criticado por vários dirigentes sindicais, que acreditam que
a discussão e possível formulação de uma proposta de PL devam passar
pelo Fórum das entidades dos SPF, além envolver no debate os
servidores públicos dos estados e municípios.
Já o coordenador
da CSP Conlutas apontou a necessidade de se fazer um debate mais
aprofundado sobre o tema, com o cuidado de não legitimar um projeto
que no futuro possa ser usado contra os trabalhadores. Zé Maria
destacou a importância em se discutir uma tática de trabalho
parlamentar para intervir na disputa no Congresso, em relação aos
projetos que já estão em tramitação, juntamente com a mobilização da
categoria. Em seguida, convocou todas as entidades presentes a
participarem do ato organizado no dia 28 de novembro, no Senado,
contra a flexibilização e retirada de direitos dos trabalhadores.
Depois da
exposição, foi aberto o debate. As entidades demonstraram consenso
quanto a necessidade de lutar pela regulamentação da convenção 151 e
da negociação e contratação coletiva, para garantir que o negociado
com o governo tenha força de lei e seja efetivamente cumprido.
Já em relação à
regulamentação do direito de greve, houve divergências quanto à
apresentação ou não de um anteprojeto por parte das entidades, para
disputar com os PL que tramitam no Congresso.
O 1º
vice-presidente do ANDES-SN, Luiz Henrique Schuch, apontou a
necessidade de levar a discussão para as bases, para que a iniciativa
de luta contra os ataques ao direito de greve seja construída com a
participação efetiva dos trabalhadores do serviço público.
Após ampla
discussão, o Fórum dos SPF tirou vários encaminhamentos e também
definiu uma agenda para a preparação da Campanha Salarial 2013.
Confira abaixo:
- Defesa da
negociação/contrato coletivo no serviço público com base na convenção
151 da OIT;
- Ampliar o
debate e a mobilização dos servidores públicos das três esferas
(federais, estaduais e municipais) em defesa do direito de greve dos
servidores públicos e seguir a discussão sobre as melhores táticas
para isso. As bases das entidades dos SPF devem atuar para que fóruns
estaduais em defesa dos serviços públicos organizem seminários sobre o
tema, convidando também servidores públicos estaduais e municipais.
Disponibilizar as contribuições que forem produzidas pelas Centrais e
pelas Entidades Nacionais para subsidiar os debates;
- Organizar, nos
dias 25 e 26 de janeiro de 2013, um seminário nacional das três
esferas do serviço público sobre o tema, convidando também a
participação das centrais e das entidades nacionais dos servidores
públicos estaduais e municipais;
- Acompanhar a
agenda do Congresso Nacional sobre temas que digam respeito ao direito
de greve dos servidores públicos agindo para evitar que o tema seja
atropelado;
- Assumir a
campanha nacional contra a flexibilização / retirada de direitos dos
trabalhadores e Conclamar a presença das entidades e também da base
dos SPF no Ato político no Congresso Nacional – auditório Petrônio
Portela, dia 28 de novembro;
- Assumir o
movimento pela anulação da Reforma da Previdência, cujos votos foram
comprados, conforme foi constatado no julgamento do “mensalão” pelo
Supremo;
- Solicitar
novamente agenda no Ministério do Planejamento para tratar das
pendências da Campanha 2012 dos SPF;
- Desencadear a
Campanha salarial 2013 dos SPF, mantendo os seis pontos de pauta já
que nenhum foi atendido pelo governo federal em 2012.
Agenda definida
para preparação da Campanha Salarial 2013:
- Reunião das
entidades do Forum Nacional dos SPFs dia 4 de dezembro na sede da
CONDSEF;
- Protocolar a
pauta de reivindicações nas instâncias de governo na primeira quinzena
de janeiro;
- Promover ato de
lançamento da Campanha salarial 2013 dos SPF no Auditório Nereu Ramos
da Câmara dos Deputados na segunda quinzena de fevereiro;
- Promover Ato
público em Brasília no mês de março.
Fonte: ANDES-SN,
7/11/12.