Fórum dos SPF se reúne com Planejamento e cobra posição sobre pauta
unificada
Representantes do
Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (SPF)
se reuniram na noite de ontem com o Secretário de Relações do Trabalho
do Ministério do Planejamento (SRT/MP) e seus assessores. O encontro
foi marcado após pressão das entidades para que o Fórum fosse recebido
pelo governo, conforme compromisso assumido pelo Secretário Executivo
Adjunto o PLanejamento, Valter Correia da Silva, para discutir os
pontos da pauta unificada do funcionalismo público federal.
Já no início da
reunião, os representantes das três centrais sindicais (CSP-Conlutas,
CTB e CUT) lembraram a última reunião entre o fórum e o governo,
ocorrida em 19/7, quando o Executivo não aceitou negociar a
contraproposta apresentada pelos servidores, a qual previa a revisão
geral das remunerações pela perda inflacionária, desde julho de 2010,
e destinação do montante pela variação do Produto Interno Bruto (PIB)
para a correção de distorções nas carreiras específicas. Destacaram
também os outros seis eixos da pauta unificada apresentada ao governo,
para os quais também aguardavam resposta.
De acordo com o
representante do governo, Sérgio Mendonça, a única questão que o
governo aceitava tratar de forma unificada está relacionada à
alteração de dois benefícios sociais: vale alimentação e auxílio
saúde.
As entidades
solicitaram que haja um aumento nos valores propostos pelo governo e
que os reajustes tenham efeito imediato e não só em janeiro de 2013,
como apresentado pelo Planejamento. A SRT/MP dará um retorno ao Fórum
no dia 27 de setembro para quando ficou agendada a próxima mesa.
Outros pontos da
pauta
Conforme relato
dos dirigentes presentes à reunião, para Mendonça, o desafio a ser
assumido é discutir a institucionalização da mesa de negociação dos
SPF, onde temas como data base, direito de greve, organização sindical
e política salarial serão debatidos e definidos.
Segundo o
secretário, de imediato, a SRT/MP irá se dedicar a negociar com as
entidades cujas categorias tiveram corte de ponto nos salários e
negociar os dias parados.
Violência e
criminalização dos movimentos
Ao tocar nesse
ponto, os representantes dos servidores federais fizeram um veemente
protesto contra a criminalização dos movimentos dos SPF e a forma
truculenta como as greves foram tratadas pelo governo. Repudiaram mais
uma vez o decreto 7.777, que autorizou a substituição de trabalhadores
em greve.
Eles apontaram
também o absurdo da lei draconiana que regulamenta o direito de greve,
que o governo busca aprovar no Congresso Federal. Na avaliação de
Sérgio Mendonça, é um erro estratégico regulamentar o direito de greve
em separado da negociação coletiva e por isso a SRT/MP buscará
agilizar o processo para instituição da mesa dos SPF.
Em suas falas, os
dirigentes sindicais rechaçaram também a ação de “arapongas” dentro
dos movimentos e o “vazamento” de informações mentirosas à imprensa,
expondo lideranças das greves.
Apontaram mais
uma vez que tais atitudes nunca intimidaram o movimento dos servidores
federais e não seria agora que iriam enfraquecer a luta dos
trabalhadores por seus direitos. Por sinal, o fato de se recorrer a
tais artifícios demonstra que a organização dos SPF é vitoriosa e
incomoda ao governo.
Categorias sem
acordo
Os representantes
dos SPF cobram do secretário da SRT/MP a retomada de negociação das
situações pendentes como a dos professores das IFE, dos servidores do
Incra, das Agências, entre outros.
Em relação aos
docentes, Mendonça reconheceu que o governo se arriscou ao assinar o
acordo com uma única entidade. Mas que, a partir deste movimento, as
negociações terminaram. Desta forma, irá enviar o projeto de lei ao
Congresso e sabe que as entidades lutarão neste espaço.
O representante
do Planejamento registrou ainda que, tanto o governo quanto as
entidades que não assinaram acordo, sabem das limitações de alteração
no impacto financeiro e em estrutura no âmbito do Congresso Nacional.
“Caso seja feita
alguma alteração neste sentido, o PL será arquivado por vício de
iniciativa, uma vez que quaisquer alterações relativas à despesa e
estrutura de carreira no serviço público são prerrogativa do
Executivo, o qual considera as negociações para 2013 encerradas com
todas as categorias”, disse Mendonça, de acordo com relato de
representantes das entidades que participaram da reunião.
As conversas com
as categorias que não fecharam acordo seguirão, de acordo com Sérgio
Mendonça, mas qualquer decisão constará da Lei de Diretrizes
Orçamentárias de 2013, com vigência para 2014.
Balanço
O Fórum dos SPF é
composto por 28 entidades nacionais e 3 centrais sindicais. Os
diretores do ANDES-SN, Luiz Henrique Schuch e Marina Barbosa,
participaram da mesa junto com coordenadores da CSP-Conlutas, CTB e
CUT, além de dirigentes das demais entidades.
Uma reunião do
Fórum foi agendada para dia 11 de setembro, quando será feito um
balanço do movimento conjunto dos servidores públicos federais e a
definição das próximas ações do Fórum.
Fonte: ANDES-SN,
31/8/12.