Estudo responsabiliza ONU por epidemia de cólera no Haiti
Segundo dados
oficiais, desde outubro de 2010, mais de 7,5 mil haitianos morreram
devido a doença
Sul 21
Um estudo
realizado no Haiti revelou uma alta possibilidade de que a epidemia de
cólera que afeta o país caribenho há dois anos e que matou mais de
sete mil pessoas foi introduzida em Porto Príncipe por soldados do
Nepal membros da Missão das Nações Unidas para Estabilização
(Minustah).
“Agora sabemos
que o vírus da cólera no Haiti é uma cópia exata do vírus da cólera do
Nepal”, afirmou a investigação da americana Daniele Lantagne,
encarregada pela ONU de descobrir a origem da doença.
A cientista
fundamentou sua afirmação através da análise da sequência completa do
genoma do vírus da coléra presente no país caribenho. “A fonte mais
provável da introdução da coléra é uma pessoa infectada pelo vírus do
Nepal, associada à Missão da ONU em Mirebalais”, explicou.
A investigação
complementa o estudo divulgado em junho de 2011 pelo cientista francês
Renaud Piarroux, que assegurou que a enfermidade foi reintroduzida no
Haiti por membros da missão das Nações Unidas.
O estudo de
Piarroux apontou que o contingente nepalês da Minustah contaminou,
através de material fecal, um dos afluentes do rio Aribonite, na
região da cidade de Mirebalais. O país asiático, no entanto, negou a
acusação.
Os familiares das
vítimas haitianas, amparados por advogados conterrâneos e americanos,
pedem indenização de US$ 100 mil para cada morto e US$ 50 mil para os
afetados pela doença.
Cinco por cento
da população foi afetada
Segundo dados
oficiais, desde outubro de 2010, quando a cólera apareceu no Haiti,
até 11 de agosto de 2012, 7.519 haitianos morreram devido a doença.
Aproximamente cinco por cento da população do país – 587.319 pessoas –
foi contaminada.
Dos 10 milhões de
habitantes do Haiti, apenas dois por cento têm acesso à àgua potável.
A maior parte da população faz suas necessidades fisiológicas em
locais descobertos, como rios próximos de suas moradias.
A cólera é
provocara pela bactéria “vibrio cholerae” e se manifesta como uma
infecção intestinal, mas não provoca morte se tratada à tempo.
(Com informações
de La Radio Del Sur)
Fonte: Brasil de
Fato, 23/10/12.