Estudantes espanhóis iniciam greve contra cortes na educação
Os alunos
secundaristas dos colégios públicos da Espanha iniciaram na
terça-feira (16) o primeiro de três dias de greve geral contra os
duros cortes orçamentais aplicados na educação pelo governo de Mariano
Rajoy.
Quase dois
milhões de alunos foram chamados a apoiar a medida de força, convocada
pelo Sindicato de Estudantes (SE) e respaldada pela Confederação
Espanhola de Associações de Pais e Mães de Alunos (Ceapa).
Segundo o SE, que
possui mais de 20 mil filiados, ao longo dos três dias serão
realizados piquetes informativos divulgar as reivindicações do
movimento estudantil em defesa do ensino público.
O aumento das
taxas nas universidades, o corte de três bilhões de euros na Educação,
decretado pelo Executivo do direitista Partido Popular (PP), e a
demissão de milhares de professores, são alguns dos fatores motivaram
a paralisação.
No último dia de
greve, na quinta-feira (18), a Ceapa, majoritária no setor educativo,
se somará ao protesto. Esta é a primeira vez na Espanha que a
Confederação de Pais e Mães convoca um protesto desse tipo.
O ministro de
Educação, José Ignacio Wert, acendeu ontem a polêmica sobre as
paralisações e manifestações, ao chamar de a Ceapa de irresponsável e
os membros do SE de radicais.
Tanto o porta-voz
da Ceapa, José Luis Pazos, como o secretário geral do SE, Tohil
Delgado, acusaram Wert de desacreditar e criminalizar a mobilização
dos estudantes, depois de acusar a greve de ter um suposto conteúdo
político extremista.
Pazos denunciou a
nefasta política educativa empreendida pelo ministro e seu desprezo
com as famílias, perante a negativa em se reunir com os pais para
saber o que pensam sobre os ajustes e a reforma do setor realizadas
pelo Governo do PP.
Às críticas
contra o Executivo e seu ministro de Educação se somaram a coalizão
Esquerda Unida (IU) e o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE),
principal força da oposição espanhola.
Para o líder do
PSOE, Alfredo Pérez Rubalcaba, cortar os recursos e as igualdade de
oportunidades são as duas piores coisas que se podem fazer com a
educação.
Na opinião da IU,
os cortes e a contrarreforma educativa não têm tanto a ver com a
crise, senão com um modelo ideológico que a administração de Rajoy
quer implantar, mediante a aposta pela escola privada em detrimento da
pública.
A coalizão de
esquerda sublinhou que continuará exigindo a demissão de Wert diante
do que considerou sua declarada incompetência e aberta
irresponsabilidade.
*Com edição do
ANDES-SN
Fonte:
Vermelho.org / Prensa Latina, 17/10/12.