Entidades de servidores públicos querem anulação da Reforma da
Previdência
O Fórum das
Entidades dos Servidores Públicos Federais, responsável pela maior
greve do setor nos últimos dez anos, já definiu a nova prioridade de
luta para o período: a anulação da reforma da previdência de 2003. Em
reunião realizada em Brasília, na terça (9), representantes dos mais
de 30 sindicatos e associações que integram o fórum decidiram
questionar a validade da medida, a partir de ações jurídicas e
políticas.
“Se o futuro
presidente do Supremo Tribunal Federal diz que a reforma só se
realizou porque houve compra de votos de parlamentares, então essa
reforma foi fraudulenta. A prioridade do movimento sindical, portanto,
será buscar a sua anulação”, afirma Josemilton Maurício da Costa,
presidente da Confederação dos Trabalhadores do Serviço Público
(Condsef), ligada à Central Única dos Trabalhadores (CUT).
“As entidades que
compõem o Fórum continuarão unidas para cobrar a nulidade desta
reforma, em função do resultado do julgamento do mensalão. Mesmo os
sindicatos e confederações filiados à central mais governista vão
participar da ação. No Fórum, a pressão das bases é maior e essas
entidades acabam assumindo uma postura mais à esquerda”, diz Paulo
Barela, representante da Central Sindical e Popular – Conlutas.
“Se o STF
resolveu se colocar como bastião da ética, precisará se posicionar
adequadamente sobre este tema. Vamos tomar as medidas judiciais
cabíveis e também colocar o assunto na pauta política das nossas
entidades”, acrescenta o presidente da Associação dos Servidores do
Ministério Público Federal (ASMPF), Marcos Ronaldo.
Conforme os
dirigentes sindicais, na reunião, foi aprovado um calendário de
atividades, que inclui a consulta a alguns dos principais juristas do
país e a realização de um seminário, em 7/11, em Brasília, para
debater o tema, além de outras pautas da luta das entidades, como a
regulamentação dos direitos de greve e de negociação coletiva.
“Encerrado o julgamento, também entraremos com as medidas judiciais”,
reforça Josemilton.
Barela acrescenta
que os partidos políticos serão convidados a participar da ação
coletiva. “É importante que todos os interessados se somem à luta, mas
entendemos que as organizações dos trabalhadores, que são os
principais interessados, deverão assumir esse protagonismo”, defendeu.
Ação partidária
O presidente
nacional do PSOL, deputado Ivan Valente (SP), reafirmou nesta quarta
(10), em discurso no plenário da Câmara, que o partido entrará com
ação direta de inconstitucionalidade contra a reforma, tão logo seja
concluído o julgamento do “mensalão”. A decisão foi tomada no dia 3 de
outubro, em reunião do partido.
“O PSOL nasceu da
luta contra a Reforma na Previdência, um dos maiores ataques do
governo Lula aos direitos dos trabalhadores. Diante da confirmação de
que esta votação foi contaminada e violou os princípios do processo
legislativo, não podemos silenciar e admitir que tudo continue como
está”, disse Valente.
Fonte: Agência
Carta Maior, 11/10/12.