Entidades buscam apoio do Ministério Público contra a Ebserh
Além de irem às ruas protestar contra a criação da Empresa Brasileira
de Serviços Hospitalares (Ebserh), entidades em defesa de um SUS 100%
público e estatal estão buscando o apoio do Ministério Público Federal
para o ajuizamento de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin)
contra a lei 12.550/11, que criou a empresa. Nessa terça-feira (18),
representantes do ANDES-SN, Fenasps, Fasubra, Unasus, Sindsprev-MA e
da Associação Nacional dos Auditores dos Tribunais de Contas (ANTC)
reuniram-se com o subprocurador geral da República Oswaldo José
Barbosa Silva, responsável pela Procuradoria Federal dos Direitos do
Cidadão, para tratar do assunto.
Na ocasião, o grupo entregou ao procurador um pedido de ajuizamento da
Adin, elaborado pelas assessorias jurídicas das entidades contra a lei
12.550.11, que criou a Ebserh. “O subprocurador elogiou muito a peça
jurídica e disse que o material servirá para o debate jurídico interno
sobre a Ebserh”, informou o 2º tesoureiro do ANDES-SN, Almir Menezes
Filho, que acompanhou a reunião. O ANDES-SN também foi representado
pelo 1º vice-presidente da Regional Rio de Janeiro, Walcyr de Oliveira
Barros.
a reunião, o subprocurador Barbosa Silva disse que, pessoalmente, era
contra o processo de privatização de saúde, mas afirmou que como
estratégia nesse processo de luta seria importante que as entidades
marcassem uma audiência com a vice-procuradora geral da República,
Débora Duprat, que poderá decidir sobre o ajuizamento da Adin.
Disse, também, que era importante que fossem movidas ações locais
visando constranger e inviabilizar a efetivação dos contratos das
universidades com a Ebserh. Por outro lado, também sugeriu que fossem
levantadas informações administrativas e financeiras detalhadas sobre
os hospitais universitários.
Na opinião do subprocurador, é anti-estatutário o ato de assinatura de
protocolos ou cartas de intenções entre as reitorias com a Ebserh, sem
a anuência dos Conselhos Universitários dessas universidades. Barbosa
Silva disse, também, que, no seu entendimento, mesmo com a aprovação
dos Conselho Superiores, o ato pode ser questionado, pois a Ebserh
fere o artigo 207 da Constituição Federal, que trata da autonomia
universitária.
“A reunião foi muito positiva. Ela apontou que temos, no espaço
jurídico, um campo muito favorável junto ao Ministério Público para
trabalhar esse enfrentamento”, avalia Walcyr Barros.
Ao final do encontro, o grupo protocolizou na Procuradoria Federal de
Defesa do Cidadão a ação com o pedido de ajuizamento da Adin, com o
pedido de agendamento de uma reunião com a vice-procuradora geral
Regina Duprat.
Fonte: ANDES-SN, 20/9/12.