Enquanto reitores homenageiam ex-presidente, negociações com o governo
não avançam
Na sexta-feira
4/5, numa solenidade no Rio de Janeiro, reitores de quatro
universidades federais (UFRJ, UFF, UFRRJ e Unirio), mais o da Uerj,
celebraram a entrega do título honoris causa ao ex-presidente Lula, na
presença de Dilma Rousseff. Mas a realidade das universidades,
especialmente a da maioria dos professores, não sugere celebração. Ao
contrário. A situação torna-se cada dia mais insustentável.
Os docentes das
instituições federais de ensino superior têm feito um esforço
extraordinário para responder positivamente a todas as demandas
apresentadas pela sociedade brasileira, tanto no que diz respeito à
produção e difusão científica, quanto na educação de qualidade até os
graus mais elevados da pós-graduação. Os avanços acadêmicos, no
entanto, não têm sido correspondidos pelo governo.
O governo Dilma,
que se escuda por trás dos números da expansão e impõe condições de
trabalho cada vez mais precárias, nega, até mesmo, a correção
inflacionária dos salários e desrespeita um acordo emergencial
assinado ano passado que previa o prazo de 31 de março para chegar a
um resultado conclusivo sobre a reestruturação da carreira docente.
A categoria,
organizada no Andes-SN, tem insistido na proposta do plano de carreira
única para que sejam preservados os conceitos adequados ao
desenvolvimento da universidade pública e autônoma, como manda a
Constituição Federal. Também tem buscado a incorporação das
gratificações ao vencimento básico para que o salário conste de uma
linha só no contracheque e seja patrimônio permanente do docente.
Descaso com os
professores
A postura oficial
é de descaso com os professores federais. Ao agir assim, o governo
demonstra desrespeito com a sociedade que clama por educação pública e
principalmente com os alunos que escolheram estudar nas universidades,
institutos e centros federais. A educação é um serviço público,
direito de todos e dever do Estado, que deve ser oferecido com
qualidade, mas isto é impossível quando há professores desmotivados,
preocupados em complementar a renda para sobrevivência familiar ou,
até mesmo, em busca de outros concursos públicos. Qualidade exige
condições para dedicação integral dos docentes à universidade na
construção de projetos acadêmicos de longo prazo. Só dessa forma será
possível chegarmos às soluções que a população cobra e necessita.
SPF: greve geral
para junho
O Fórum Nacional
dos Servidores Públicos Federais -SPF, que se reuniu no último dia 2
de maio, indicou a construção de uma greve geral do serviço público
federal para o mês de junho, caso o governo não atenda as
reivindicações do setor. A paralisação será por tempo indeterminado e
deve ser deflagrada no dia 11 do próximo mês. O Andes-SN participa do
Fórum junto de outras 29 entidades nacionais e três centrais
sindicais.
Eixos
Os dois eixos que
sustentaram a proposta de indicativo greve são: