Docentes, técnicos e estudantes protestaram em frente a vários prédios
do BC
Além de
realizarem uma manifestação em Brasília por mais aplicação de recursos
públicos em educação, docentes, técnico-administrativos e estudantes
de universidades federais brasileiras realizaram na última
quinta-feira (28) atos públicos em várias capitais brasileiras em prol
de mais recursos para a educação. Foram realizados protestos no Rio de
Janeiro, São Paulo, Recife, Ceará, Minas Gerais e Cuiabá, onde os
manifestantes denunciaram que enquanto o pagamento dos serviços da
dívida pública consomem mais de 47% do orçamento, a educação fica com
3,1%.
Em Belo
Horizonte, cerca de mil manifestantes, entre professores, técnicos
administrativos e estudantes de universidades e institutos federais de
Minas protestaram, também pela manhã, no centro da capital, para
chamar a atenção da sociedade para as reivindicações da categoria, em
greve desde 17 de maio. Os manifestantes se reuniram em frente ao
Banco Central (BC), na avenida Álvares Cabral, na região Centro-Sul.
Cerca de 300
manifestantes, da Unifesp, Ufabc e Ufscar, fizeram um protesto na
Avenida Paulista. O grupo se concentrou em baixo do vão livre do Masp
e, de lá, seguiram em passeata até o prédio do Banco Central, onde
reivindicaram mais orçamento da União para a educação. Segundo a
Associação dos Docentes da Unifesp (Adunifesp-SSind ), pelo menos 300
pessoas participaram do ato.
Professores,
estudantes e técnicos da rede federal de ensino no Rio de Janeiro,
incluindo o colégio Pedro II, também realizaram no dia 28, à tarde,
uma manifestação no Centro do Rio de Janeiro. Na concentração da
atividade, na Candelária, esquetes teatrais tendo como personagens a
presidenta Dilma Roussef, o ministro Aloizio Mercadante (do MEC) e
representantes das categorias em greve levaram humor à manifestação,
que depois seguiu para o prédio do Banco Central. Diante do BC,
ocorria uma assembleia dos funcionários da instituição, que também
enfrentam dificuldades na negociação de sua campanha salarial com o
governo.
Em entrevista à
Agência Brasil, a professora do curso de serviço social da
Universidade Federal Fluminense (UFF), Eblin Farage, 36 anos, acredita
que a greve é a única forma de chamar a atenção das autoridades. Ela
também ressaltou que grande parte dos alunos aderiu à paralisação.
“O que está em
jogo hoje, na verdade, é um projeto de universidade. A forma como o
governo trata os docentes, com a estrutura que nós temos de trabalho,
é muito difícil realizar no nosso cotidiano uma universidade que
privilegia a graduação do ensino, a pesquisa e a extensão. É por isso
que a gente reivindica. Enquanto o governo não se dispuser a negociar,
a gente não tem outra alternativa a não ser a greve”, afirmou.
A aluna do 2º
período do curso de gestão pública da Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ), Thaís Lara, de 20 anos, destacou que, mesmo sem aula
há mais de um mês, apoia a paralisação, o que segundo ela, é por boa
causa.
“Eu estou mais do
que apoiando a greve dos professores. Porque essa greve não prevê
apenas melhorias para a carreira dos professores. Melhorar a carreira
dos professores é melhorar a educação. Ela também prevê pautas para
melhorias como um todo. A gente acredita que ainda tem muita verba que
tem que ser ainda investida na educação”, defendeu.
Em Pernambuco,
cerca de 100 manifestantes, incluindo a comunidade acadêmica da UFPE e
da UFRPE, realizaram pela manhã um ato em frente à sede do Banco
Central, no cetro de Recife.
Unificação
Docentes,
servidores técnicos e estudantes da Universidade Federal de Mato
Grosso (UFMT) e do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) realizaram
um ato para unificar a luta entre as categorias grevistas. A
manifestação iniciou na Praça Alencastro, em Cuiabá, e seguiu rumo a
Rua Barão de Melgaço, onde estão localizadas agências de Bancos e
financeiras.
Cerca de 800
pessoas participaram do ato. O objetivo era reivindicar ao governo que
acelere as negociações com os servidores em greve e priorize os
investimentos em educação pública, em detrimento da política de
auxílio financeiro ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e aos bancos
europeus.
A concentração
ficou por conta da Banda Musical Mestre Albertino e do Coral do IFMT.
Um grupo de cururueiros - alguns servidores técnicos da UFMT - também
se apresentaram e animaram o manifesto.
As reivindicações
eram de todos os segmentos das duas instituições. As principais pautas
entre docentes e técnicos é a reposição das perdas salariais e a
negociação do Plano de Carreira. Também são exemplos a luta dos
servidores técnicos do Hospital Universitário Júlio Muller (HUJM)
contra a implantação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares
(EBSERH), política encarada como privatizante, e a dos discentes por
assistência estudantil.
O ato foi
organizado em conjunto pelas seguintes entidades: Associação dos
Docentes da UFMT (Adufmat-S.Sind), seção sindical no IFMT do Sindicato
Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e
Tecnológica (SINASEFE), Comando de Mobilização dos Estudantes da UFMT,
Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Universidade Federal de
Mato Grosso (SINTUF-MT), Grêmio Estudantil Edson Luís e Associação dos
Pós-graduandos da UFMT-Cuiabá (APG).
Com informações
dos sites da Adufmat, Adufrj, Adunifesp e da Agência Brasil
Fonte: ANDES-SN,
30/6/12.