Docentes debatem conjuntura no primeiro dia do 31º Congresso do
ANDES-SN
A situação atual
e o que deve ser feito para que o movimento docente avance na
conquista de suas pautas específicas, mas, também, na construção de um
movimento classista e popular foram os centros do debate da última
plenária do primeiro dia do 31º Congresso do ANDES-SN.
As discussões
foram realizadas em torno dos textos “Movimento docente e conjuntura”,
apresentado pela diretoria do ANDES-SN, e “Mobilizar e organizar para
enfrentar a crise”, elaborado pela Associação dos Docentes da
Universidade Federal Fluminense (Aduff – Seção Sindical).
O texto
apresentado pela diretoria do ANDES-SN fundamentou a proposta de que a
centralidade da luta em 2012 seja dirigida para a valorização do
trabalho docente, a qualidade do ensino e a defesa do ANDES-SN a
partir da intensificação da organização de base e da unidade
classista.
Foi debatido se a
conjuntura atual é propícia, ou não, para o fortalecimento da classe
trabalhadora. Para Mauro Iasi, da Adufrj - Seção Sindical, a crise é
um momento difícil para aqueles que apostam no caminho socialista. “A
burguesia brasileira conseguiu o apassivamento da sociedade
brasileira, o que é muito ruim para nós”, afirmou.
Já José Vitório
Zago, da Adunicamp - Seção Sindical, avaliou que dirigir a classe
trabalhadora é um desafio hercúleo. “ANDES-SN e a CSP-Conlutas fizeram
um esforço muito forte, mas as construções que fizemos foram
perdedoras. O PT se aliou à burguesia nacional, mas, infelizmente,
ainda tem a confiança da classe trabalhadora”, afirmou.
Roberto Leher,
também da Adufrj – Seção Sindical, argumentou que, ao se analisar as
relações de classe, o capitalismo não pode ser visto como um ente
abstrato, sendo necessário analisá-lo nas suas particularidades. “O
que estamos vendo, por exemplo, é a migração de todo um bloco de
poder, que vai de Bornhause a Kátia Abreu, para a órbita do atual
governo, que se diz democrático e popular”, lembrou.
Diante dessa
realidade, é muito fraco apostar que o ANDES-SN se constituirá em uma
força messiânica que direcionará o movimento classista só pela justeza
e clareza de seus propósitos. “Se quisermos ser referência na luta de
classes, temos de ser referência na luta por uma universidade pública
de qualidade. Temos de nos apropriar das mediações específicas,
capazes de transformar a educação, para que possamos ser relevantes na
luta de classes. E hoje, a luta pela educação pública de qualidade é
uma luta pelo socialismo”, defendeu.
A unidade do
ANDES-SN foi defendida por Luiz Blume, da Adusc - Seção Sindical. “Não
existe um sindicato das universidades federais e outro das estaduais.
Somos um só. A defesa da universidade pública é uma só”, afirmou. Ele
afirmou que apesar das investidas do Proifes, o ANDES-SN não vai sair
da Bahia. “O Fórum das ADs não vai deixar”, garantiu.
Os números do 31º
Congresso
Ao final do
primeiro dia do encontro, a secretaria do 31º Congresso encerrou as
inscrições e consolidou em 407 o número total de participantes, sendo
323 delegados, representando 66 seções sindicais, 45 observadores, 4
convidados e 35 diretores.
Fonte: ANDES-SN,
16/1/12.