Cresce adesão à paralisação nacional
A lei do piso, válida desde 2008, prevê o pagamento de R$ 1.451 para
uma jornada de até 40 horas
Cresce, em todo o país, a adesão à greve nacional dos professores,
programada para ocorrer entre quarta-feira (14) e sexta-feira (16). O
objetivo da mobilização é garantir a aplicação do piso nacional do
magistério.
A lei do piso, válida desde 2008, prevê o pagamento de R$ 1.451 para
uma jornada de até 40 horas. Enquanto governos municipais e estaduais
alegam que não têm recursos financeiros suficientes para pagar o piso,
os professores argumentam que houve tempo suficiente de readequar o
orçamento para cumprir a lei.
No Distrito Federal, os professores da rede pública de ensino
iniciaram a paralisação nesta segunda-feira (12). Segundo o Sindicato
dos Professores (Sinpro-DF), cerca de 80% dos docentes aderiram à
greve.
Entre as principais reivindicações da categoria está a exigência de
equiparação média salarial com outras carreiras de nível superior do
governo distrital. O item, segundo o Sinpro-DF, consta de um acordo
negociado em abril de 2011 cujo teor o governo não teria cumprido.
Em Recife (PE), os professores da rede pública de Recife (PE)
anunciaram que paralisarão suas atividades a partir de quarta-feira. A
greve ocorrerá apesar do anúncio do prefeito João da Costa na manhã
desta segunda-feira (12) de que o salário dos professores terá um
reajuste que permitirá ficar 7% acima do piso nacional.
Para o Sindicato Municipal dos Profissionais de Ensino da Rede Oficial
de Recife (Simpere), o anúncio foi um ato desesperado do prefeito para
impedir que os professores participem da Greve Nacional da Educação,
convocada pelo CNTE. “João da Costa nunca cumpriu a Lei do Piso, pois
não aplica o percentual integral ao reajuste anual em nossos salários,
utilizando uma regra de três que rebaixa ainda mais o valor anunciado
pelo ministério”, afirmou a coordenadora geral do Sindicato. Simone
Fontana.
No dia 14, os recifenses realizarão um ato público na Assembleia
Legislativa, a partir das 14h. O mesmo ato ocorrerá no dia 16, às 9h,
no Pátio da Prefeitura. Já no dia 19, será realizada uma nova
Assembleia Geral a partir das 8h, no auditório do Bloco G2 da UNICAP.
Ampliação
O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação
(CNTE), Roberto Franklin Leão, destaca que o movimento pode ser
ampliado, por tempo indefinido, conforme as assembleias da categoria
em cada estado.
“Os professores farão atos públicos e passeatas em vários estados
brasileiros. A chamada da CNTE é de três dias para fazer uma
avaliação, se continuará ou não com a greve. Cada estado tem autonomia
de fazer uma avaliação e ver a situação, decidindo se deve [manter] a
greve”, disse Leão, em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio
Nacional.
Leão destacou ainda que o piso salarial em vigor no país – que é de R$
1.451 – não atende às necessidades dos profissionais em educação.
Segundo ele, pelos cálculos da CNTE, o ideal é fixar um piso de R$
1.937.
Além da aplicação do piso, os professores reivindicam que o plano
nacional de educação para a década 2011-2020 preveja 10% do PIB para a
área e não 8% como o atual projeto no Senado.
(Com informações da Agência Brasil)
Fonte: Brasil de Fato, 12/3/12.