Comissões da Verdade fazem audiência pública sobre a morte de Anísio
Teixeira
A morte do
educador e ex-reitor da Universidade de Brasília (UnB) Anísio Teixeira
em 1971, no Rio de Janeiro, será tema de uma audiência pública que a
Comissões Nacional da Verdade (CNV) e a Comissão da Verdade da
Universidade de Brasília (UnB) promovem nesta terça-feira (6), no
auditório do Memorial Darcy Ribeiro da Universidade, às 10h.
As duas comissões
vão analisar as circunstâncias da morte de Teixeira, que foi cassado
pelo golpe militar de 1964. Participarão da audiência o coordenador da
CNV, Cláudio Fonteles, e os demais membros da comissão. Na ocasião, as
duas comissões assinarão termo de cooperação para que possam trabalhar
conjuntamente.
A Comissão
Nacional da Verdade tem firmado parcerias com outras comissões da
verdade, sejam estaduais ou institucionais, como comissões abertas por
universidades e organizações classistas, como a Ordem dos Advogados do
Brasil (OAB), por exemplo.
Com o evento,
ambas as comissões pretendem sensibilizar o público universitário para
a busca pela verdade sobre o regime militar, que tanto prejudicou a
educação brasileira. Vários dos mortos e desaparecidos durante a
ditadura eram estudantes universitários. A Comissão Nacional da
Verdade estima em 300 o número de alunos de universidades que sumiram
durante o período. Além disso, professores, pesquisadores e
funcionários das universidades públicas brasileiras foram monitorados
e perseguidos por terem posições diferentes das do regime. A Comissão
Nacional da Verdade já pediu informações aos reitores de 81
universidades sobre esses casos.
Durante a
audiência (6), Babi Teixeira, filha do educador, entregará às
comissões um dossiê inédito sobre as circunstâncias da morte do pai e
as perseguições que ele sofreu durante a ditadura. Segundo Babi, o
documento reúne depoimentos de parentes e amigos de Teixeira.
Nos anos de 1960,
Anísio Teixeira projetou, em parceria com Darcy Ribeiro, a
Universidade de Brasília, fundada em 1961. Teixeira foi reitor da UnB
em 1963 e, em 1964, foi cassado pela ditadura. Em março de 1971, o
corpo dele foi encontrado no fosso do elevador do prédio do amigo
Aurélio Buarque de Holanda. A versão oficial é que ele foi vítima de
um acidente.
USP cobra sua
comissão
Docentes,
técnicos e estudantes da Universidade de São Paulo, assim como
representantes de movimentos sociais, também cobram da instituição a
instauração de uma comissão da verdade na USP.
Na próxima quarta
(7), no campus do Butantã, em São Paulo, o Fórum Aberto pela
Democratização da USP realizará ato público para marcar a entrega, à
Reitoria, de abaixo-assinado que solicita ao Conselho Universitário
(Co) a criação da Comissão da Verdade na instituição.
Com informações
da UnB e da Adusp - Seção Sindical
Fonte: ANDES-SN,
5/11/12.