Comissão do PNE ouvirá a Campanha pelos 10% do PIB para a educação já!
Representantes da
“Campanha pelos 10% do PIB para a educação, já!” serão ouvidos no
próximo dia 20 em audiência pública promovida pela Comissão Especial
que está analisando o Plano Nacional de Educação (PNE). A data foi
definida nesta quarta-feira (7) em reunião entre representantes da
campanha e o relator do PNE, deputado Ângelo Vanhoni (PT/PR).
“Podemos dizer
que a conversa foi positiva, tendo em vista que o nosso objetivo, ao
solicitar a audiência com o deputado Vanhoni, era agendar uma
audiência pública para que pudéssemos mostrar para a comissão o
trabalho da Campanha e porque entendemos que deve ser aplicado já 10%
do Produto Interno Bruto (PIB) em educação”, explicou a 1ª
vice-presidente da Regional do ANDES-SN no Rio Grande do Sul, Laura
Fonseca, que participou da reunião. O ANDES-SN também esteve
representando pela 2ª vice-presidente da Regional do ANDES-SN no Rio
de Janeiro, Sônia Lúcio.
O representante
da Campanha vai falar em uma audiência pública que terá como tema o
financiamento da educação e terá como palestrantes o coordenador da
Campanha Todos pelo Direito à Educação, Daniel Cara, e os estudiosos
do financiamento educacional José Marcelino Rezende Filho e Nelson
Amaral. “Não dá para convocar uma audiência só para vocês falarem,
mas como essa audiência já está marcada,será possível incluí-los”,
garantiu o deputado.
Financiamento
Ângelo Vanhoni
afirmou que concordava com entidades que deveriam ser aplicados mais
recursos em educação, porém, a aplicação dos 8% do PIB em educação,
sendo 7,5% exclusivamente no ensino público, até 2020 foi o limite
permitido alcançar. “Para chegarmos mais do que isso, o governo teria
de fazer a opção de romper com o sistema financeiro, o que seria uma
revolução”, argumentou.
Ele defendeu que
mesmo com os recursos previstos no substitutivo apresentado por ele já
será possível criar 180 mil vagas nas universidades por ano. Laura
Fonseca argumentou que além da criação de vagas, o governo deve
oferecer condições para as universidades, contratando técnicos e
professores. “Não pode ser como foi feito com o Reuni, que expandiu
sem condições a oferta de vagas”, argumentou.
A representante
da Associação Nacional dos Estudantes Livre (Anel ), Clara Saraiva,
lembrou que essa ampliação deve estar acompanhada de mais recursos
para a assistência estudantil, já que o governo ampliou as vagas, mas
não está dando condições para que os estudantes pobres frequentem a
universidade.
Vanhoni respondeu
que, nos cálculos feitos por ele, caso os 8% sejam efetivamente
aplicados, haverá recursos suficientes para a ampliação de vagas com
qualidade não só nas universidades, como em todos os níveis de ensino.
Questionado por
Adriano Santos, representante do Sindicato Estadual dos Profissionais
de Ensino do Rio de Janeiro e da Intersindical, sobre a possibilidade
de que haja mudanças no pacto federativo para que as despesas com
educação sejam melhor divididas entre a União, os estados e os
municípios, o relator do PNE disse que não. “Se fizermos isso, o PNE
não será aprovado e não é isso que queremos. O melhor para todo mundo
é que o texto seja votado para que possa replicado nos estados e
municípios e as pessoas possam cobrar do governo a aplicação dos
recursos”, defendeu.
Votação
Respondendo a uma
pergunta de Mauro Puerro, representante da CSP-Conlutas, sobre a
previsão para a votação do PNE, Vanhoni disse que trabalha com a
possibilidade do texto começar a ser votado na Comissão Especial no
final de março e que a votação seja concluída na Câmara dos Deputados
no primeiro semestre, sendo votado até o final do ano pelo Senado
Federal.
O encontro contou
ainda com a participação de Wiriam Alcântara, representante do Sepe.
Fonte: ANDES-SN,
8/3/12.