Assembleia Permanente da UFRRJ rejeita por
unanimidade a proposta do governo
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No dia 19 de
julho, os professores reunidos no Gustavão rejeitaram, por
UNANIMIDADE, a proposta apresentada pelo governo na última
sexta-feira (13). O assunto foi discutido pela categoria em
Assembleia, secretariada por Luciano da Silva Alonso e Maria
Teresa C. da Cunha e presidida por Ana Cristina S. dos Santos, que
contou com a participação de 117 professores. Apesar de os
veículos de grande circulação terem alardeado que o governo
anunciou um reajuste de 48% aos docentes, os presentes puderam
apreciar qual é, de fato, a real proposta de “escalonamento de
perdas” de Dilma Rousseff para a educação.
Nesta semana,
professores de várias Universidades, em greve há mais de dois
meses, têm realizado uma rodada de assembleias para deliberar
sobre o acordo apresentado pelo governo. O Comando Nacional de
Greve – CNG/ANDES-SN deve dar uma resposta sobre o tema ao MPOG no
próximo dia 23. Até o momento, há informações de que instituições
como Federal Fluminense (UFF), Federal de Lavras (UFLA), Federal
de Pelotas (UFPel), Federal do Ceará (UFC), Federal do Piauí
(UFPI) e Federal de Minas Gerais (UFMG) recusaram a proposta do
dia 13/7. As Universidades Federais de Viçosa, Rio Grande do Norte
e Federal de Goiás rejeitaram-na por unanimidade. |
Os problemas
da proposta do governo
O professor
Alexandre Pinto Mendes explicou aos participantes a proposta do
governo, exibindo, em PowerPoint, os principais pontos do documento.
De acordo com o docente, é preciso observar que ela está alicerçada em
um modelo de política neoliberal, que privilegia o compromisso com o
capital empresarial em detrimento dos investimentos em setores como
saúde e educação. “A proposta cria uma hierarquia ainda maior entre as
classes, veda a possibilidade de promoção aos professores em estágio
probatório, descaracteriza a Dedicação Exclusiva por meio da
restituição por projetos e permite que o Ministério da Educação
estabeleça diretrizes de avaliação docente sem considerar a
especificidade de cada instituição, ferindo, portanto, a autonomia
universitária”, explicou.
Segundo o mesmo
professor, “a desestruturação das carreiras dos servidores públicos
federais começa também pela desvalorização do tempo de serviço do
trabalhador, em favor de uma lógica perversa produtivista, que vai
estimular ainda mais a competição entre os pares”, disse. Para
Alexandre Mendes, a proposta do governo aponta que caberá aos
professores dar conta das consequências da expansão sem critérios do
ensino superior, realizada por meio da política do REUNI.
O expositor
também lembrou que em nenhum momento o governo sinaliza com a
possibilidade de corrigir as distorções salariais que separam ativos e
aposentados. Além disso, indicou que não estão claros, de acordo com o
documento do governo, como será feito o reenquadramento na nova
carreira.
Deliberação/ Encaminhamentos
1
– Rejeição da proposta apresentada pelo governo no último dia
13/7;
2
– Aprovação da contraproposta construída pelo CLG/UFRRJ
para apresentação no CNG/ANDES-SN;
A)
Temos um projeto de carreira, construído pela base docente, que
incorpora fundamentos que não podemos abrir mão. Este projeto resulta
em uma tabela, a partir do piso do DIEESE, para todos os docentes das
IFES, que incorpora RT e VB numa só linha e mantém steps
regulares de 5%. Os princípios desta carreira são inegociáveis e
deverão incluir ativos e aposentados. No entanto, o piso gerador
poderá ser negociado, desde que mantida a malha e percentuais que
constam da tabela construída pelo ANDES-SN. Entendemos também que
esta nova tabela deverá entrar em vigor integralmente, sem
parcelamentos futuros.
B)
As outras partes que consideramos inegociáveis são:
- Carreira única para todos os docentes das IFES;
- Carreira com classe única;
- Avaliação para desenvolvimento na carreira de acordo com a proposta
do ANDES-SN;
- Paridade, reenquadramento, ingresso, dedicação exclusiva;
- Contra remuneração por projeto e pela manutenção das 8 horas;
- Condições de trabalho:
- Calendário para concurso de técnico-administrativos e docentes;
- Ampliação e garantia de recursos de custeio para a expansão já
realizada e prevista.
- Garantia de recursos para término das obras;
- Novas expansões com calendário que respeite:
a) Avaliação
b) Debate e deliberação pelos colegiados acadêmicos pertinentes
3
– Aprovação do nome do professor Andrey
Cordeiro Ferreira na Plenária dos SPF – Servidores Públicos Federais,
dia 20/7, em Brasília;
4
– Aprovação dos seguintes nomes para compor o CNG/ANDES-SN,
representando a UFRRJ: Graciela Garcia, Ana Ctristina S. dos Santos,
Andrey Ferreira, Antônio Mayhé e Ana Maria Marques.
5
– Enviar moção de repudio à criminalização da greve na
Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ por parte do governo
de Sergio Cabral e da Reitoria de Ricardo
Vieiralves.
A pauta local
de reivindicação
O professor
Luciano Alonso, diretor da ADUR-RJ, informou que no último dia 13 de
julho, houve uma reunião entre os membros do Comando Unificado Greve –
CUG/UFRRJ, envolvendo representantes dos três segmentos da
Universidade, e a Administração Superior, para tratar da falta de
condições de trabalho adequadas na instituição. Na ocasião, o Reitor
Ricardo M. Miranda recebeu um documento que aponta a precariedade de
muitas instalações (institutos, departamentos, bibliotecas, e outros
espaços) da Universidade Rural. Ficou acordado que haverá reuniões
quinzenais para tratar da pauta local de reivindicações, que serão
intercaladas por assembleias comunitárias.
A próxima reunião
do CUG/UFRRJ com a Reitoria será na quarta-feira, dia 25/7, às 9h,
quando serão discutidas as metodologias de trabalho destas Assembleias
Comunitárias.
A PROXIMA ASSEMBLEIA PERMANENTE ESTÁ PREVISTA PARA O DIA QUARTA-FEIRA,
dia 25 de JULHO, às 13h, no Gustavão.
HAVERÁ CONFIRMAÇÃO EM BREVE!